sábado, 26 de dezembro de 2009

Em suma.



Não, eu não queria escrever sobre o que foi 2009, ou que espero de 2010.
Porque por mais que 2009 tenha sido foda, eu sempre vou me pegar pensando 'que merda de bom eu fiz em 2009?'. Ta, a lista é grande, eu sei, mas sabe, nada é suficiente, e eu sempre vou ficar frustrada. Mas... let's try it!
O que posso dizer é que eu me conheci muito esse ano. Engraçado como a crise dos 20 demorou uns 3 anos pra me pegar de jeito. Me questionei demais esse ano, me repreendi demais por estar com a idade em que eu deveria ter tudo pronto na vida já [ou quase tudo]. Mas o que tenho? Eu ME tenho. Aprendi que isso já basta.
Conheci gente, fiz amigos de vida, ri, chorei, me apaixonei, desapaixonei, fui cruel, fui implicante, parti corações, partiram o meu. Estive confusa, tive certezas. Pensei em passar a vida toda com alguém, me arrependi de ter pensado nisso. Criei personagens, brinquei de ser eu mesma. Me afoguei na vida virtual. Pedi demissão, arrumei empregos que não duraram mais que 3 dias. Tranquei a faculdade. Odiei, amei, compreendi, fui rude, dura e insensível. Fui carinhosa, birrenta e ciumenta. Chorei lendo históricos do msn. Disse que amava, disse que odiava, gritei, me fiz entender, dei sacudida em algumas pessoas, dei minha cara a tapa e meu ombro ao choro alheio. Voltei pra Igreja. Acreditei nas pessoas que não deveria. Saí sozinha na rua, chorando porque me sentia só no mundo. Peguei chuva, virei noites e noites com amigos. Fui cupido, fui juíza, fui ré. Fui amiga, fui irmã, fui filha, fui amante e fui amada. Finalmente aceitei o fato de que eu me censuro demais, que me cobro demais e sou muito dura comigo mesma, apesar de amar o meu estilo de ver a vida.
Descobri muita coisa ruim sobre mim mesma. Descobri muita coisa boa que eu nem imaginava. Descobri obstinação, seriedade, sabedoria. Também descobri muita insegurança, infantilidade e incompreensão.

Descobri que pensar na Lisa é legal.
Engraçado, que eu nunca pensei tanto sobre mim mesma como em 2009.

Bom, 2010...
Na verdade, eu to cagando pra 2010.
Eu to viva, e se 2009 me ensinou alguma coisa, foi a viver.
Se 2010 for tão intenso quando o ano que ta indo, eu já to no lucro.

E eu não acredito mais em resoluções de Ano Novo. /di-ca

No mais, só quero que 2010 me dê muita inspiração pra contos e textos.


[agradeçam ao Adams e a Lid por eu não desistir do blog]


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Bye.



Eu só queria escrever sobre o que estou sentindo.
Seria só mais um post sobre algum tipo de desilusão, algum a coisa que está me incomodando.
Mas, sinceramente? Eu tô de saco cheio disso.
Disso mesmo. De sentir essas coisas, de estar sempre confusa e nostálgica.
De sempre tentar achar sentido nas coisas que sinto, nas coisas que penso.
Cansada de ter essas ideías e questionamentos tão clichês, tão 'adolescente confusa que quer tentar ser cult'.
Cansada de tentar expôr uma Lisa que ta cansada de si mesma.
Na boa? Chega.


[talvez eu pare de usar o blog, perdoem-me]

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Silêncio.

Pois é. outubro tá quase acabando e nada de um post novo. Pensando no que poderia escrever percebi que não tenho nada a dizer. Todas as palavras que eu pudesse usar seriam ímfimas diante de todos os sentimentos que abarcam meu ser nesse momento. Acho melhor então calar, deixar que o mar se acalme, que o vento cesse e o Sol volte a aparecer entre as nuvens, não tão densas quanto agora, espero.


{...}

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

(...)

É engraçado quando não se tem o que dizer. Até tem, mas as palavras passam na sua cabeça em uma velocidade extraordinariamente alta. E você tá ali, olho a olho, sentindo o cheiro do outro, consegue perceber cada pêlo minúsculo, cada imperfeição, cada póro, cada ruga escondida. E seu cérebro parece não assimilar o que está acontecendo, parece vazio e ao mesmo tempo cheio de idéias e palavras que não se juntam para formar uma frase. Agora seu corpo todo está respondendo a esses pulsos. Seu coração começa a disparar em um ritmo desordenado, suas mãos suam e seu estômago embrulha. Você lembra a primeira vez que o viu. Lembra daquela camisa cinza, que na hora você achou tão sem graça. Mas como pode o cara de camisa cinza e calça de tactel parecer tão atraente a primeira vista? Você lembra que ele nem bonito é, mas pensa em como o desenho dos lábios é perfeito, como cada parte do seu rosto em separado parece tão notável. Você acaba lembrando das poucas vezes que conversaram, de como discordaram em quase tudo, de como ele te irritava cada vez que fazia questão de ter uma opinião contrária, fazendo parecer que não passava de pura implicância. Agora você está ali, há alguns segundos do inevitável, tendo todos os motivos para odiá-lo, sabendo que depois daquele momento não teria mais volta, seria uma vida de conflitos e opiniões divergentes. Mas alguma coisa te diz que vale a pena. Então você lembra dos momentos bobos, do caminhar de mãos dadas, da primeira vez que ele te aninhou em seus ombros e cantou bem baixinho pra você. Você lembra dos ciuminhos, das coisas doces que ele dizia sem perceber e não admitia quando você comentava. Lembra de como é bom fazer carinho naquele rosto que agora parece tão perfeito, como é bom o cheirinho que ele tem, como ele penteia o cabelo daquele jeito que só cai bem nele.
Alguma coisa lhe vem à cabeça. Como você pode sentir isso sem nem o conhecer direito? Mas é só o que aparece na sua mente.
"Eu... eu... gosto muito de você." É só o que consegue dizer.

Um beijo.

Uma frase suprimida.

Um olhar.

"Eu te amo."
Ela vai continuar engasgada.


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Sobre uma felicidade qualquer.


Esses dias um amigo veio me perguntar se eu continuava escrevendo. Eu falei que não estava conseguindo, porque havia perdido minha inspiração. Eu não sei lidar com a felicidade e me sinto bastante feliz ultimamente, o que atrapalha minhas criações, já que eu fico horas e horas tentando entender e saborear como é estar feliz.
Andei pensando muito sobre essa palavra: Felicidade. O que é a felicidade? Existe uma fórmula para ser feliz?
Uma vez uma amiga me falou que existem áreas na nossa vida: Familiar, profissional, amorosa, a saúde e a da amizade. Segundo ela, se você tem pelo menos 3 dessas áreas caminhando bem, você pode se considerar uma pessoa caminhando para a felicidade. Quando você consegue perfeito equilíbrio entre todas, você deve se considerar uma pessoa feliz. Certo. Agora quem consegue chegar ao nível de ter as 5 equilibradas? Só à mim parece utópica essa idéia? É ruim quando se é acostumado à um estado funesto, até mesmo lúgubre, porque mesmo quando parece que se é feliz, parece que seu cérebro te obriga a criar alguma coisa que faça essa momentânea felicidade não ser plena. Algo dentro de você diz “não acostume-se, você não é assim”. Aí você começa a enfiar os pés pelas mãos. Às vezes não se tem nenhum motivo aparente para estar mal, mas algo te impulsiona à coisas tristes, sabe.
Pois bem, eu só to conseguindo escrever agora porque eu estou num momento triste. Posso dizer que não tenho nenhuma das áreas acima com a barrinha de download em 40% que seja. Já ouvi que eu não merecia ser feliz. “-Nossa, que dramático!” você deve pensar. Eu já acho é graça dessa frase. Quem nesse mundo merece realmente ser feliz? Pode até ser que a felicidade seja uma dádiva não-merecida que Deus dá pra conseguirmos suportar esse mundo tão cruel. Vai saber. Ou talvez seja um alvo que Ele criou para nunca ficarmos de braços cruzados, para sempre lutarmos por algo, para termos necessidade de procurar coisas boas e fazer coisas boas. Bom, eu não espero ser feliz. Sou complexa demais para isso e convivo com pessoas simples demais. Já entendeu o choque que é tentar ser feliz com eu queria ser, estando num mundo totalmente diferente do meu, não é? Mas eu tenho aprendido a me contentar com o que tenho e tentar fazer as pessoas à minha volta serem felizes. É bom ver a felicidade das pessoas. Não as invejo, só gosto de observar e estudá-las, sempre tentando achar a real felicidade, mas na verdade nunca a vejo completamente, só vestígios da mesma. Pois é, só me resta dizer que a felicidade é um idéia muito bonita, mas fantasiosa demais para mim.

Este não é um texto bom, na verdade é um desabafo.

"Sou meio triste e acho graça. Tem tanta gente triste que disfarça..."
(Tanto tanto - Vander Lee)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Guia Prático de Sobrevivência: Relacionamentos amorosos virtuais




Vivemos em uma época onde tudo se encontra ao alcance do mouse. Não há resposta que passe despercebida nos sites de busca como Google e afins. E em uma era de Orkut, MSN, twitter, fotologs, blogs etc, se relacionar [afetiva ou amorosamente] com pessoas distantes tem sido um costume cada vez mais comum e mais fácil. Tem todo um lado fascinante, todo um “romancismo virtual” sim, mas é fato que devemos [ou deveríamos ter] muito cuidado com esse tipo de relação. Como saber onde pisar, se não conseguimos mesmo ver ou tocar o chão? Ahá, é para isso que estou aqui. Bom, contando com minhas experiências e as de amigos e chegados [não são poucas, acredite], vou enumerar algumas dicas para se ter um relacionamento virtual saudável, na medida do possível [se é que saúde combina com esse tipo de relacionamento]. Anyway, vamos lá:

Dica 1: Tenha sempre em mente: Namoro virtual é coisa de NERD sem vida social/sexual. Se você sai muito, se relaciona com pessoas reais é pouco provável que tenha “saco” pra esse tipo de relacionamento. Pode até ter por um curto espaço de tempo, pra ‘variar’ um pouco. Mas não vai passar disso. Agora se você é feio, chato, quase ninguém te aguenta, tem gostos esquisitos, tiques nervosos, é xenofóbico ou simplesmente não sabe como lidar com pessoas reais, esse é o tipo de relacionamento ideal!

Dica 2: Se você é feio, se esconda! Fotos distorcidas ou do tipo P&B de algum filme Cult ajudam. Se você é chato faça o tipo blasé! As meninas adoram, os meninos dão valor. Melhor parecer que não liga do que ficar criticando as coisas o tempo todo. Ninguém liga se você não gosta do que todo mundo gosta. Você quer uma namorada (o), certo? Então fica quieto e só diga sua opinião crítica do seu jeito estúpido [todo chato é assim] depois que já tiver conquistado a pessoa em questão.
Não pareça tão carente quanto você é [sim, se você tem ou procura um namoro virtual você É carente, não se iluda]! Se segure ao máximo para não mandar milhões de recados ou frases no MSN. A pessoa vai perceber que você e chato, e isso não ajuda.

Dica 3: Ciúme: Releve. Tenha em mente que metade ou maior parte dos amigos da página de relacionamentos dele(a ) são virtuais ou, no máximo, amigos de infância que mandam recados só pra manter amizade da família [os amigos reais (se ele realmente tiver algum) não ficariam mandando recados pela internet, usariam o telefone (y)]. Afinal, levando em consideração que a pessoa do outro lado também deve ser algum nerd sem vida social [vide Dica1], você não vai se preocupar com supostas “traições reais”. Além do mais, se alguém realmente desse em cima da pessoa em questão, ela não estaria te dando bola. Fato.

Dica 4: Tome cuidado, isso vicia. Sério. Você pode parecer atraente virtualmente e se empolgar com a idéia de várias pessoas dando em cima de você. Um fricote é “nerdisse”. Dois é estar confuso. Três já é putaria virtual. Se segure se você realmente acha que seu namorado virtual vale a pena. Um dia ele pode passar a ser real [ta, tenho que te dar uma esperançazinha, né?].

Dica 5: Senhas. Se você acha que é uma forma de ganhar a confiança de uma pessoa dando a senha do seu MSN ou do Orkut, tudo bem, tem gente que acha que isso é valido. Eu já não acho. Pensa comigo: Você mal conhece a pessoa, senha é coisa muito pessoal. No máximo dê a senha quando não tiver nenhum depoimento comprometedor de ninguém [ou seu pra alguém. Isso fica lá em ‘depoimento que escrevi’ /di-ca] , e deixe a pessoa com a senha uns 2 dias, depois mude e ponha a culpa no Orkut. É. Das duas uma: a pessoa vai ver que não ta funcionando a senha errada e vai ficar sem graça de te dizer que ta tentando entrar no seu Orkut, ou vai dizer pra você que não conseguiu e você vai continuar fazendo a linha de louco dizendo que a senha que você deu está certa. Vai por mim. Tem muita gente louca no mundo usando Orkut de ex-fricotes pra infernizar vidas alheias...
Ta olhando assim por quê? Eu NUNCA fiz isso, ok?


Só uma pequena explicação: Era pra serem mais dicas, mas como minha inspiração [meus relacionamentos internéticos] tem se perdido, como tenho me relacionado cada vez menos por internet [sim, há uma luz no fim do túnel pra vc! *-*], não sei, não consigo pensar em nada mais. Como não tinha nada pra postar... Resolvi postar inacabado mesmo, beijos.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Inspiração.



Cliquei no word. Ele sempre demora um pouco a abrir. Gosto disso, dá tempo de eu desistir de escrever [coisa que já aconteceu 'n' vezes]. Mas dessa vez ele não pareceu preguiçoso como sempre, ou talvez eu esteja menos afoita que o normal. Vi aquela página em branco e o cursor piscando, parecendo esperar ansioso por alguma palavra, por alguma idéia. Talvez ele estivesse esperando pra colocar aquele sublinhado vermelho que me irrita tanto [É, ele tem uma rixa comigo, mas isso não vem ao caso agora]. Escrevi uma palavra. Pensei em fazê-la título do texto que iria escrever. Dei dois 'enters' e esperei. Esperei aquela palavra fazer efeito. Esperei ela me mostrar o caminho, me mostrar o que tá escondido dentro dessa minha cabeça temerária. Mas hoje minha imaginação não fluiu. Minha mente não quis trabalhar, eu não soube por onde começar, como começar. O título não foi um começo só. Foi apenas uma palavra. Palavra essa que seu significado tem fugido de mim. Desculpa minha ou não, eu a tenho perdido. Como um amigo me disse, talvez eu tenha preguiça de procurar um caminho que me inspire. É, pode ser isso mesmo. Talvez muita coisa tenha mudado em tão pouco tempo que a nova Lisa ainda não tenha tido tempo para assimilar as idéias, descobrir seus novos gostos, seus novos caminhos e inspirações. Sei que minha mudança foi boa. Cabe a mim agora me adaptar e encontrar novos rumos de inspiração.

Desculpem, é só um simples texto. Nada elaborado.
Acho que combina com meu estado de espírito atual *-*
.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Papo furado.




- Ah, esquece. Você não entende nada disso.
- Disso o quê?
- De tudo. Metáforas, vida.
- Tá bom, se você diz.
- Por que você aceita as coisas tão facilmente?
- Porque é realmente mais fácil.
- É?
- É. Você não pensa sobre e então não tem que resolver e não terá que mexer em feridas.
- Mas um dia você vai ter que parar pra pensar, não?
- Talvez. Mas pode ser que não dê tempo.
- Como assim?
- Ah, de repente a coisa acaba de vez e você não teve que se machucar à toa, entende?
- É fácil demais pra mim.
- É, é quase um dom viver a vida facilmente.
- Te invejo.
- Mesmo?
- Sim.
- Não é bom viver sem sentir demais.
- Mas é menos dolorido e mais fácil.
- Mas a vida perde a cor, perde a poesia. Há tanta poesia na dor quanto na alegria.
- Acho que deveria haver um equilíbrio.
- Sim, essa é a idéia. Quando uma coisa não está equilibrada é porque essa coisa realmente não merece nossa atenção.
- Está dizendo que o que sinto não é algo que eu deva dar tanta importância? Que não vale a pena?
- Se você sofre mais do que goza do sentimento, sim.
- Mas...
- É a idéia do Ying Yang, entende? Tudo tem que estar bem equilibrado, para poder ter uma continuidade. Tudo que é ruim demais acaba logo, assim como tudo que é bom demais. Você tem que sentir o gosto do ruim para poder saber saborear e identificar o que é bom.
- Entendo. Mas ainda não é tão fácil.
- Então você sofre porque quer. Ninguém é tão fraco que não possa controlar seus sentimentos. E você parece estar muito satisfeito com isso tudo.
- Não é bem assim, é que... Esperança, entende? Ainda tenho demais.
- Esperança? Se uma coisa não deu certo uma vez é difícil dar certo outra. Um raio não cai duas vezes na mesma árvore.
- Mas toda regra tem sua exceção, não?
- Sim, mas até quando vai esperar ser a exceção? Se fosse já teria sortido efeito, não?
- Talvez. Ou não é o momento certo.
- Nossa, como você é cabeça dura!
- É, talvez eu seja. Ou talvez eu só ame demais.
- Não, o problema é que você a ama mais que a si mesmo. Ninguém que vive assim merece ser amado.
- Já cansei de lições de moral por hoje.

(...)

- Tudo bem, vou brindar à isso.
- Que seja.
- Adeus.
- (...)





Achei isso por aqui, resolvi postar. Saudade de ter inspiração.
*
Ps.: Odeio meus diálogos, talvez porque sempre pareça alguém conversando consigo mesmo, e eu não consigo diferenciar os personagens. Enfim.
*
Ps.²: Tô feliz demais, obrigada.

sábado, 23 de maio de 2009

Amanhã.



Uma coisa puxa outra e eu me encontro aqui, às 02:24, clicando em links e mais links de blogs que já to cansada de ler e acompanhar. Cada um me diz uma coisa, cada um me traz uma pessoa à mente. Cada um com suas agonias, seus dilemas, alegrias e tristezas. E eu? O que ando sentindo? Essa introspecção me fez pensar em tantos acontecimentos. Tanta coisa que acontece em poucos dias que te faz pensar na vida toda. E pior: pensar no futuro. Hoje alguém me perguntou “quais são seus medos?”. Não hesitei: “Tenho medo do Futuro”. Ela me perguntou o por quê. Parei pra pensar. Dá realmente um frio na barriga pensar em uma coisa que não está nas suas mãos. Uma coisa tão volátil e imprevisível. Sim, você pode ter seus planos, você pode fazer metas, mas e aí? Nem tudo ou quase nada do que planejamos é como será seu futuro, isso é fato. Foi aí que em um desses blogs eu li o seguinte parágrafo:



Coincidência? Não acredito. É só mais uma vez Ele me falando de uma forma tão direta, uma forma que por tempos eu evitei, com uma voz que por muito tempo fechei os ouvir para não ouvir. Você pode não acreditar em Deus, você pode achar que a Bíblia ou a fé são coisas retrógradas, são fatos ultrapassados. Que a ciência explica tudo, que tudo é respondido pela física quântica ou seja lá pelo quê. Mas Ele é tão real na minha vida, esse sobrenatural, a forma como ele fala. É sempre de uma maneira tão sucinta e concisa, que é burrice eu duvidar disso. Me preenche. Preenche todo espaço vazio que alguém ou eu mesma tenha deixado. A Fé não é uma coisa incrível? É “a certeza das coisas que não se vêem”. E a idéia é essa mesmo. Você acredita, é real. E eu acredito em muita coisa. Acredito que meu futuro será brilhante, como Ele desejar, como Ele tiver preparado para mim. Acredito na minha felicidade, em minhas conquistas, em minha vitórias. E não vou mais ter medo do meu futuro.


“Não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã cuidará de si mesmo, basta a cada dia o seu próprio mal.” (Mateus 6:34)

Descansemos.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um post.


Hoje eu estou a fim de escrever sem compromisso. Faz tempo que não escrevo assim. Sempre tenho que ter um assunto [ou nenhum mesmo], e manter uma linha de raciocínio, um enredo que prenda o leitor, algo engraçado ou pseudo-inteligente. Mas hoje não. Hoje quero um post bem adolescente, bem bestão mesmo. Daqueles "ah, hoje eu vi algo que me fez pensar tanto, aí eu ouvi Metal Heart da Cat Power e fiquei pensando mais ainda. Será que todo mundo é assim? Vou fazer brigadeiro". Ta certo, ta certo. Nunca vou conseguir algo desse tipo. Eu vejo certas coisas, certos tipos de garota e fico pensando se eu fosse que nem elas. Se eu só me preocupasse com assuntos bestas e sem conteúdo, se eu soubesse ser efusiva e fútil... Acho que eu me daria melhor na sociedade. Sério, não é tipo. É... Sei lá. Fato é que as pessoas se relacionam melhor com gente assim. Gente que nao se precisa compreender, que não te faz pensar. Até mesmo pra namorar esse tipo de garota se sai bem melhor. Aí vem alguém e diz "Se o cara prefere esse tipo de garota é porque ele é mais idiota que ela". Sim, também acho. Mas ainda acho que ter idéias independentes, gostar de saber e pensar sobre assuntos mais "elaborados" [ou menos pensados pela massa], se destacar por saber coisas que ninguém tem saco de estudar, assusta alguns ou a maioria dos homens. Nem sempre ser diferente é legal. Às vezes só queria saber falar de esmalte, de corte de cabelo, de marca de roupa e sapato, pra me entrosar e tal. Tenho poucas amigas mulheres reais por causa disso. Não tenho saco de ficar em uma roda conversando sobre a vida de "Fulano que fez isso com a Cicrana pra ficar com Beltrana", de como "Fulaninha ta mal-vestida com aquela roupa tão last week". Ah, cara. Tenho tanto enredo e assunto na minha vida, pra quê saber e opinar na dos outros também?

Pois é. Talvez agora vocês entendam um pouco por que quase não saio e evito ver gente. É porque seres humanos no geral não me estimulam. A maioria deles perdem a graça muito rápido. Na verdade eles só têm graça enquanto novidade. Difícil alguém permanecer na minha vida. Mas quando permanece, é pra sempre. Fato.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Relacionamentos [im]pessoais.




Hoje parei pra pensar... Faz mais de um ano que não namoro ninguém sério. Eu digo namoro mesmo, de ir em casa, jantar com família, ir em festinhas de primos chatos etc. (que fique bem claro, foi uma opção minha e eu to bem como estou). Não tenho muito saco pra dar satisfação aos meus pais, imagina a um cara que me conheceria há pouco tempo. Enfim, a questão é: Por que as pessoas cobram tanto isso? É tão estranho uma menina inteligente, bonita e atraente (cof, cof!) estar sozinha? Sou obrigada a manter um relacionamento de fachada só pra agradar minha família e amigos? Ta, tudo bem, não vou dizer que não tentei. Até tentei, mas não forcei tanto quanto deveria.


Já me relacionei com todo tipo de cara. Uma vez um cara me disse que não ficaria comigo porque eu era mais alta e ele não conseguiria aguentar o olhar das pessoas quando passássemos na rua. Bom, o cara já era quase doutor em literatura, cantor, ator, gato e tudo mais. Seria esperar demais que ele fosse homem também. Já namorei caras mais novos. Isso me levou ao fato de que não quero ter filhos. Não agüentaria adolescentes revoltados cheios de espinhas me irritando com seus problemas sexuais. Já namorei caras que tinham o ego tão inflado que nunca ficamos num lugar fechado, ou eu morreria sufocada. Certa vez conheci um cara que quase bate o carro porque “estava embasbacado com minha beleza”. Ok. Ele forçou um pouco. Ainda acho que ele era mó ruim de roda mesmo e não queria ficar mal. Desci do carro e peguei a primeira Kombi que passou. Ta, meio irônico isso, tendo em vista que os motoristas de kombis aqui na Ilha vivem “embasbacados” por mulheres na rua. Ainda acho isso a desculpa mais esfarrapada dos motoristas ruins.


Comecei a namorar cedo, levando em consideração que na minha época uma menina de 17 anos era considerada quase uma perdida por namorar, ainda mais com consentimento dos pais. E olha que nem sou tão velha assim! Mas foi desse jeito. Com 17 anos bati o pé que queria namorar o carinha mais gatinho da Igreja. Ele foi lá em casa, minha mãe adorou e bla bla bla. Ficamos 2 meses: Um namorando e um eu fiquei tentando descobrir a melhor forma de terminar. Acabei no “Bom, acho que acabou, né?” Ok, foi estúpido, mas eu ainda tinha 17 anos de idade e 12 de maturidade. Foi a melhor forma que encontrei (ou a mais rápida). E ainda fiquei rindo porque ele chorou. Às vezes me sinto péssima por isso. Na maioria das vezes não.


Já tive até romance de novela. Um cara, o que mais fui apaixonada na vida, mudou pra outro país. Foi aquela coisa, promessas, esperas, nhenhenhéns de todos os tipos. Esperei por ele, claro. Mas só por um tempo. Acredito demais em amor à distância, mas quando existe esperança. Quando se tem certeza que vale a pena. E faltou isso. Só isso.


O último cara que me relacionei (antes de um fricote de internet que eu ainda to me recuperando), a gente tinha um rolo desde os meus 16 anos. Entre idas e vindas (que não foram poucas!), a gente namorou “meia-boca” por vários momentos da minha vida. Aos 16, aquele namorinho bobo adolescente, aos meus 19, e agora há pouco aos meus 22. E nesses espaços de tempo sempre rolava um flashback só pra aliviar a tensão. Bom, é estranho quando você sabe que o cara ta caidinho por você. Ele começa a pensar em futuro, você começa a se ver no futuro. Abrindo mão de coisas, engordando, dividindo intimidades que eu já odeio dividir com meus irmãos, perdendo horas em DR’s, criando filhos, sustentando casa, cuidando de uma outra pessoa, que talvez nem seja a pessoa da sua vida. Quem sabe quem é A pessoa da vida? E eu sabia que ele não era O cara. Então achei melhor dar um basta, acima de tudo sou sincera com meus sentimentos. Confusa, mas sincera. Ele me odiou por um bom tempo alegando que o “enrolei esse tempo todo”. Bom, hoje ele ta feliz, namorando uma amiga minha que apresentei, a qual ele só começou a namorar pra me fazer raiva. Quem diria. Formam um casal muito legal ao meu ver.


Tenho muitas mágoas, magoei muita gente. Amei demais, sofri demais e continuo sofrendo e amando. É um círculo vicioso. Por mais que eu me ache um tanto auto-suficiente, por mais que eu ache que a gente só precisa da gente mesmo pra ser feliz, ainda fica aquela dúvida “será que eu vou conseguir ser sozinha e ser feliz assim mesmo?”. Vai saber. Talvez eu precise de bem mais que um ano. Talvez eu precise descansar o pobre do coraçãozinho que já ta com disritmia de tantos compassos mal tocados por músicos amadores.



[Sei, a foto nem tem tanto a ver, mas eu me imagino assim quando escrevo. Sou doente ok bjs]


See all!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

er...


Às vezes você não sente uma vontade louca de escrever e não tem a mínima idéia sobre o quê escrever? Pensei em várias coisas... Até pedi pra uma amiga me dar um toque. Ela foi convidada pra ir à Paris passar um mês com um cara de internet que nunca a viu na vida. Pensei em escrever sobre isso, mas, acho dar idéia demais pra maluco. Não que seja uma coisa muito bizarra. Do jeito que eu tô ultimamente, sedenta de novas experiências, talvez eu tivesse aceitado na hora. O máximo que aconteceria seria perder meus órgãos pro mercado negro e ser manchete do jornal O Globo por 2 semanas. Seria um fim até legal, po. Passar na Globo em horário nobre. Quem sabe eles não fuçariam minha vida e descobrissem meu blog e eu fosse mais uma escritora póstuma? Talvez tivesse até mesmo exposição sobre minha vida no CCBB. Vai saber.
"Ó, falar de relacionamentos de internet megalomaniacos seria uma boa". Não, ela só podia estar de sacanagem com a minha cara, né? Sim, claro. E cair em mais um post emo, cheio de frustrações. Era tudo que eu queria pra animar o blog.
Pensei na gripe suína, mas acho que já tem textos e piadas demais por aí sobre esse assunto. Só no twitter é um stalkada atrás da outra. Esse dias li uma frase que achei muito legal [o Daniel até RT lá]: "Gripe suína, gripe do frango, vaca louca... Quem diria que o Apocalipse ia se tornar uma grande churrascada de Domingo...". Eu ri. Muito. Não lembro quem foi o autor, sei que é feio usa frases sem dizer quem criou, mas afinal, eu só escrevo por escrever. Não esperem muita coisa de uma simples bloggeira.
Falando em blog... Um carinha uma vez disse que meu blog é cheio de textos de menininha, clichês e que não acrescentam nada pra ninguém. Bingo! Ele acha que descobriu a pólvora por causa disso? Ele tem um blog fodão, admito. Mas eu ainda to tentando descobrir no que o dele acrescenta pra humanidade. Juro que um dia eu descubro e levo em consideração o que ele falou sobre o meu. Não que eu ache meu blog grande coisa. Na verdade nem acho. Mas é só um blog, gente. As pessoas poderiam levar as coisas de internet menos a serio [olha eu caindo no assunto de relacionamentos internéticos megalomaníacos de novo].
To achando legal isso de não ter o quê escrever, que você acaba escrevendo sobre um monte de coisa. Acho que vou começar a utilizar essa técnica.
Bom, resumindo, escrevi sobre tudo e sobre nada.
É, galere. Só mais um post, sobre qualquer coisa. [A verdade é que eu queria descer o post anterior hehe]
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Ah sim, hoje consegui escrever os releases sobre o novo cd do Vander Lee e o do Móveis pro Blogalternativa.
É, hoje foi um dia produtivo. Dormirei 12 horas todo dia.
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See all.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Apenas mais uma de qualquer coisa.




Já se sentiu anestesiado de tanta dor? Já sentiu uma coisa tão ruim que você achou que ela sairia de dentro de você e se materializaria na sua frente? É, parece musica do Simple Plan mas é o que tenho sentido ultimamente. É estranho, parece que os olhos são movidos à ócio: Se eu paro um segundo lá vem as lágrimas rolando até dizer chega [medo de ter que tomar soro caseiro daqui ha pouco]. Então, fazer piada com meus momentos ruins foi a forma que achei de poder pensar no assunto sem drama, sem me acabar de chorar também. Uma vez meu irmão terminou com a primeira namorada dele e ficou ouvindo a mesma musica o dia INTEIRO, chorando em frente o aparelho de som. Eu deveria ter o que... Uns 10 anos, mais ou menos. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Sempre o vi feliz e cheio de marra pela casa. Resolvi perguntar pra minha mãe. Ela disse 'Ele terminou com a namorada'. Eu falei 'e isso dói tanto assim?'. Me surpreendi com o poder que alguém teve de fazer meu irmão [que sempre fora cheio de mania de fodão] sofrer e chorar pra todo mundo ver. Cresci e percebi que se alguém tem o poder de nos deixar doídos, esse alguém somos nós mesmos. Nós criamos expectativas, nós sonhamos, fazemos planos sem ao menos saber em que terreno estamos nos metendo. Sim, porque por mais que você conheça alguém de verdade e há anos, não se poder ter certeza absoluta do que essa pessoa sente por você, ou em relação à relação que tenham.
Ok, ok. Eu to enrolando pra dizer, mas a verdade é que me fodi. Me fodi feio, por conta dessa mania irritante que temos de construir sonhos e planos em cima de alguém. Essa mania de achar que o amor é lindo e suficiente. "Ah, vamos tentar, o amor se encarrega do que vier depois". CAÔ! O amor é um reles enfeite, um ornamento que usamos pra deixar a vida um pouco mais bonita. E você se deixa levar, se envereda por um caminho lindo, cheio de flores, passarinhos e às vezes até fadinhas. Vai saltitando pelos paralelepípedos cor-de-rosa [sim, porque uma pessoa apaixonada vê cada coisa brega, Deusmelivreeguarde ], ao som de alguma musica do Jorge Vercillo. Aí a pessoa que ta caminhando com você é linda, perfeita. Tem os olhos mais lindos que você já viu, fala coisas mais inteligentes e transcedentais que o Pedro Bial em final de Big Brother. E você se ilude, achando que é a pessoa da sua vida, que ela vai conseguir conviver com seus defeitos e vice-versa. Que vão enfrentar batalhas juntos, passar por momentos difíceis e se materem de pé. Pff! Chega uma hora que qualquer desentendimento vira uma batalha, qualquer lagartixa vira um dragão. E se dá conta que nenhum dos dois é São jorge: Não matam dragões e muito menos fazem milagres. E é aí que o caminho começa a virar Avenida Brasil, cheio de buraco e com um monte de carros andando a mais de 100 km/h desvairados [entenda carros como quiser ], quase batendo em você. Você vê quase o Vale da Sombra da morte: Os passarinhos começam a se transformar em reclamações e fofoquinhas, as flores viram cactos, palavras que cortam sua pele, e as fadinhas? Ah, as fadinhas... Prefiro não comentar sobre elas. Aí você olha pro lado e se depara com a outra pessoa que está do seu lado agora. Porque não é possível que aquele principe encantado tenha se tornado esse ser que você olha agora. Repara que o olhar é meio torto e frio. As palavras? Aqueles versinhos cheios de rimas pobres que você escreve no diário aos 14 anos. Sim, o nome disso é desilusão. A pessoa pode não ser esse mosntro que você está vendo agora, mas como a ilusão nos faz ver muito mais do que a pessoa é, a desilusão faz justamente o contrário. Te faz ver o real sem enfeites e ainda por cima piorado. O que resta nesse caso é esperar. É. Esperar que o monstro fique familiar. Sim, o relacionamento já era, mas às vezes vale a pena ter o monstrinho como amigo, afinal, é alguém com quem você se dividiu, que sabe tanto sobre você, que você acabou criando um carinho.
Enfim, eu tô desiludida, admito. Não sei se devo, sei que não faz diferença, mas ainda não cheguei no estágio do monstrinho. Ainda não consigo olhar a pessoa que amei com olhos de desilusão, apesar de a sentir latejante dentro de mim. Mas pelo menos já consigo usar o verbo amar no passado. Já consigo olhar pra trás e ver que fui feliz, que sonhar me fez bem, apesar de não querer que isso aconteça tão cedo.
É isso. Um texto exagerado que se contradiz. Acho que essa é a melhor definição do amor, pra mim, no momento.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Filhos da Puta: Tipos.


Um filho da puta.

Às vezes pode ser uma filha da puta. Mas isso não muda nada.

Eles estão sempre aí, esperando o momento certo para uma nova "filhadaputagem". Quando tudo começa a correr bem: Você conseguiu o grande emprego, todo mundo na nova empresa parece amigo, quase uma família, todos gostam de você, inclusive seu chefe. Mas são nessas horas menos improváveis que ele aparece. "O fulaninho estava de férias, queria te apresentar". Sim, você já tava sentindo o cheiro, aquele cheiro de perfume doce misturado com amaciante de roupas que te dá vontade de procurar a primeira lixeira pra vomitar. E ele sempre com o sorrisinho muito impecável, e um aperto de mão forte, do tipo "eu tô de olho em você" que só engana mesmo ao chefe - ou não -.

Há também o típico 'amigo filho da puta'. Aquele que só abre a boca pra falar merda na hora que a gente menos precisa. Faz brincadeiras com coisas que você tenha feito ou dito na frente de quem for. Geralmente na frente de quem não precisava saber: Seus pais, sua namorada, seu chefe, o padre, sua vó... E pior, quer que a gente acredite que foi sem querer, se faz de vítima quando você briga ou o evita, e consegue fazer com que as pessoas com quem ele te deixou em maus lençóis fiquem com pena dele e com raiva de você!

Mas não tem coisa pior que o parente filho da puta. Ele se parece bastante com o amigo filho da puta, mas você é obrigado a engolir, o que torna as coisas um pouco mais difíceis. Ele sempre chega na sua casa sem avisar. Isso quando não traz a família toda para acabar com sua despensa. Toma sua última cerveja e ainda manda você ir comprar mais. Você vai, como um pessoa educada [e porque você vai precisar encher a cara para o aguentar]. Quando você volta, vê a casa um caos: Crianças brigando e gritando na sua sala, a esposa dele tá deitada na sua cama de casal [ provavelmente grávida, filhos da puta procriam rápido e em grande quantidade], e seu parente ta vendo o jogo de futebol, bebendo sua última cerveja, com vários petiscos na mesinha de centro e mandando as crianças calarem a boca. A pior parte é que esse tipo de filho da puta é carente. Quando seu time faz um gol ele te abraça, com aquela pança nojenta [sim, a essas horas ele já esta sem camisa e usando o seu shortinho de pijama que você tanto gosta ], começa a pular abraçado com você, derrubando toda a cerveja no seu tapete novinho [quando sua mulher chegar vai ter um treco, fato ]. No fim do dia, a esposa acorda [parece até que sabe a hora certa de bater em retirada ], as crianças ainda estão brigando, e o filho da puta, que mais parece um gafanhoto, que arrasa uma plantação depois vai procurar outra, te abraça, todo feliz, sem nem perceber o quanto aquele dia foi um desastre pra você. Até te convida pra ir na casa dele, convite esse que você nunca aceita. Ele vai embora. Você só tem tempo de olhar à sua volta e ver o chiqueiro em que seu lar se tornou. E é sempre nessa hora que sua esposa chega...

Outro tipo, não tão importante, mas sempre incômodo, é o amigo filho da puta de sua namorada. "Você tem que entender, amor.. O conheço desde criança". É, meu caro, você tem que entender. O cara já é 'da família'. Sua sogra o adora, conhece a família toda dele, é super amiga da mãe e do pai do infeliz. E ela não ajuda: "Sempre quis que a Laurinha namorasse o Pedrinho, mas ela nunca quis...". É, ela fala isso na sua frente, geralmente naquelas festas da família, que tá cheia daquelas tias gordas mal-amadas, que queriam se realizar através da sobrinha prodígio. E é ele quem faz sala pros parentes dela, faz sala até mesmo pra você! Ele dá presentes melhores que os seus, ta na pagina de relacionamentos dela sempre dizendo coisas lindas, e sendo retribuído. Mas contra esse filho da puta não se tem muito o que fazer. Ou você o engole ou muda de namorada [e torce pra que a próxima tenha como melhor amigo uma mulher. Se não tiver muitos amigos, melhor.].Não muito diferente desse tipo citado, é a amiga filha da puta-perigueti do seu namorado. Essa geralmente não é tão amiga da família, o que não a torna menos incômoda. Porque esse tipo é cara de pau, suja e sutil. Se utiliza de celulares, paginas de relacionamentos [ principalmente ], MSN, fotologs, blogs e tudo mais que tiver ao alcance de suas vistas. Ela liga na hora que você tá no maior amor com seu namorado [ sim, ela consegue descobrir o momento exato ], ela passa na rua se jogando, ignorando sua presença. Manda recados duvidosos, e sempre arranja um jeito de deixar seu namorado em maus lençóis. O bom é que esse tipo quando ignorado muda de foco. Mas nunca vai deixar de ser filha da puta.

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Fato é que todo mundo conhece um filho da puta, e, óbvio, é um filho da puta na vida de alguém.


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[ to be continued... ]

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cartas que eu não mando.

Chove torrencialmente agora. É bonito ver as plantas sendo lavadas, o céu cinza e triste e o efeito que a chuva faz quando cai no chão. Me lembrou aquele dia qua saímos no sol a pino, totalmente desprevinidos pra passear na Quinta, e fomos pegos de surpresa por uma daquelas chuvas de verão. Você falando pra eu deixar de ser boba e sair de debaixo da marquize da barraquinha. E fomos andando, passeando como se não houvesse chuva... As pessoas correndo e a gente ali, andando num tempo totalmente alheio, parecendo até que não fazíamos parte daquilo. Parecia um filme. É, eu fico pensando no que fomos, parece mesmo que não passamos de personagens de algum filme, de algum livro. Ando meio nostálgica. Leio, releio suas cartas, seus bilhetes, as dedicatórias de fotos e ainda não consigo lembrar de tudo e não chorar. Não consigo mais me relacionar com ninguém. Quando tudo parece que ta dando certo, acontece alguma coisa e acaba. E eu sempre acho que é o Destino que não me quer com mais ninguem, além de você. Como diziam, "a gente dá certo". Sabe, achei que tinha encontrado alguém que finalmente ia preencher o espaço que você deixou na minha vida. Ele é divertido, carinhoso, inteligente, diz me amar e eu realmente estava gostando dele. Mas é difícil acreditar no amor de alguém que não sabe conter seus impulsos, que põe tudo a perder por um pequeno momento de distração. Não duvido por completo do amor dele, sabe? Mas é difícil conquistar minha confiança depois que a perde. Você me conhece bem, sabe como é. Você quem me ensinou que às vezes num relacionamento a confiança vale mais que tudo, porque alguma coisa tem que fazer o amor ter chão...
Bom, não tenho muito mais o que te dizer...
A faculdade tá legal, tomei bomba em uma matéria, mas passei pro segundo semestre com uma média boa ainda. E sobre a Música... Não sei, não tenho tido inspiração pra pegar no violão, e sabe como é minha dificuldade pra juntar letra e melodia. Mas vou pensar em algo legal, só porque você pediu.
Enfim, me mande notícias.
Ainda sinto sua falta.
Beijos de sua acrônica.

domingo, 15 de março de 2009

Encontro.

Uma abordagem óbvia, mas corajosa.
Sim, pelo tempo que ele estava me olhando, acharia estranho se ele deixasse isso passar despercebido.
- Oi, colega. Posso sentar aqui?
"Se já sentou, né?". Pensei. Mas não soltei uma palavra. Me dignei a ficar observando aquele ser.
- Você está sozinha?
"Não, eu tô sentada aqui há mais de 30 minutos com meu amigo imaginário, que por acaso você sentou em cima." Não respondi novamente. Peguei uma batata e dei uma golada na Coca-cola, já um tanto quente. Não que ele fosse obrigado a me conhecer, mas eu não estaria esperando alguém há tanto tempo. Meu máximo de espera é 10 minutos. Claro que eu estava sozinha. E estava bem com meus pensamentos e meu livro, até aquele momento.Ficou um silêncio. Deu pra sentir o nariz dele gelar com meu olhar (e que nariz feio o estranho tinha!).
- Bom, meu nome é Diogo, e o seu? - Dava pra sentir um pouco de insegurança na voz dele. Talvez eu sentisse pena. Mas não hoje.
Me surpreendi um pouco com a insistência e repondi quase sem voz:
- Luna.
Os olhos dele brilharam, ao ouvir as quatro letras. "Que cara patético" - foi só o que pude pensar.
- Que apelido legal! Tenho uma amiga que a gente a chama assim. O nome dela é Luciana.
- Não é um apelido, é meu nome mesmo, COLEGA.
Deixei bem claro o asco que tenho por esse tratamento. 'Colega'. Não sei por quê, mas ando sem paciência para esses flertes tão sem graça, descarados e nada originais dos homens de hoje em dia. Mas o ser à minha frente ignorou ou pareceu não ter reparado meu tom sarcástico ( o que poderia se esperar de um cara que usava blusa rosa com sapato creme?! Senso? Nunca.).
Ele continou:
- Então, eu tava te olhando de lá (apontou pro lugar que ele estivera sentado desde antes de eu chegar) e pensei: 'Nossa, que menina interessante!'. Achei que não deveria perder a oportunidade. Fiz mal?
O que eu poderia dizer? "Sim, com tanta mulher com mais cara de pré-disposta sexualmente você vem logo na que esta comendo o maior lanche, usando sapatos sem salto, óculos, rabo-de-cavalo, sem maquiagem e lendo 'Formação Econômica do Brasil? Você só pode ser um completo idiota." Mas comecei a simpatizar com algo nele. Não sei bem explicar o que era. Acho que foi o sorriso. Admito. Aquele idiota tinha uma arcada dentária perfeita e o rosto dele fazia covinha quando ria.
- Claro que não, Diogo. Me sinto lisonjeada. - Fui mais educada que simpática. Não queria -e não ia- dar o braço a torcer.
Outra batata. Outra golada.
- Não vou perguntar se você em sempre aqui, pois você não parece o tipo que frequenta esse lugar.
- Por que não? - Fiquei curiosa com a afirmação.
- Porque você não é gorda e nem parece aquele tipo de mulher solitária que despeja todas suas frustrações em fast-food.
- Sim, sou do tipo que resolve suas frustrações em frente à tv vendo filme romântico e comendo sorvete.
Ele riu, achei forçado.
- Você pode até ter frustrações, mas não as do tipo amorosas.
De onde ele tirou aquilo? Eu, que tinha acabado de sair de um relacionamento conturbado de 3 anos, com um fim digno de crime passional. O típico caso de ser trocada por uma mulher mais nova, mais fútil, burra e menos complicada. Sempre achei que os homens eram todos iguais e que esse tipo de coisa acontecia todo dia com alguma mulher no mundo. Mas algo dizia que comigo deveria ser diferente. Mas não foi.
- Você não sabe de nada. - Folheei uma página do capítulo 2, mas sem prestar muita atenção. Já tinha cansado de ler como a contribuição dos flamengos na expansão do mercado do açúcar na segunda metade do século XVI fora fator fundamental do êxito da colonização do Brasil.
- Mas deduzo muito bem. -Falou em tom baixo.
- Como?
- Faculdade? - Disse, ignorando minha pergunta e apontando para o livro que eu acabara de fechar e pôr em cima da mesa.
- Sim. - Disse pensando no que ele disse há alguns segundos. Quem dera ele tivesse deduzido certo e nada daquilo que passara essa semana toda tivesse acontecido.
- Que legal! faz o quê?
- História. E você? Está cursando alguma?
- Sim, faço Gestão de RH.
- Hm.
- Mas não sou o tipo cara chato/sem sal/idiota que você está pensando.
- E além de deduzir coisas mirabolantes você deu pra ler pensamentos?
- Na verdade não achei que você fosse pensar isso. Pelo menos eu não queria que pensasse.
Ok. Eu comecei a sentir pena do rapaz, mas eu não ia ser piedosa e tratá-lo bem só porque ele fez carinha de cachorro com fome. Todo homem faz isso. E sempre dá no que dá.
Achei melhor cortar de um jeito menos doloroso:
- Bom, foi um prazer, mas já está na minha hora. - Disse, pegando minha bolsa e levantando.
- É, tá meio tarde mesmo. Você pega ônibus aqui perto?
Sim, deu vontade de tê-lo como companhia, ainda mais nas ruas perigosas do Centro da Cidade.
- Tenho que andar um pouco, mas coisa de 15 minutos.
- Não vou te deixar ir sozinha. Permite? - Disse pegando minha bandeja e despejando os restos no lixo.
- Claro, por que não? - Foi um sorriso amarelo, mas o primeiro da noite.
Saímos, sem trocar palavra alguma. Eu não seria a primeira a dizer qualquer coisa àquele estranho que já nem era tão estranho assim. Àquela hora eu já havia me simpatizado até com o nariz dele. Me odiava por isso. Agora, em pé, dava pra reparar com o porte físico dele era bonito. Mas ainda me doía ver a blusa rosa e o sapato creme.
- Você mora perto?
- Sim. Uns 20 minutos.
- Hum, legal. Eu demoro quase 1 hora e meia pra chegar em casa, geralmente. É bom pra estudar, pelo menos.
- Sinto enjôo quando leio em ônibus.
- Mas também, nem dá pra ler muita coisa em 20 minutos, né? - Ele riu, mas de um jeito tão meigo que eu parei. Sabe aquela cenas típicas de desenhos japoneses, que o cara ri sem graça, põe a mão na nuca e cai uma gotinha do rosto? Foi mais ou menos assim.
- O que foi? - Disse ele, mudando o semblante para um ar mais preocupado.
- Não, nada. Te achei parecido com alguém, só isso. - E ri, e dessa vez foi meigo e verdadeiro.
Continuei a andar. E me acompanhou.
- Bom, Luna. Vou ser bem sincero com você. Já tinha te visto antes, não naquele fast-food. A gente estuda na mesma faculdade. Te vi no corredor um dia, conversando com uns amigos. Você parecia uma menininha despreocupada e sorridente. Achei a coisa mais meiga! Te achei tão fofa e bonitinha...hm...sexy ao mesmo tempo, Não sei explicar. Mas vejo que você não se parece muito com aquela menina que vi. Você parece tão segura de si, tão sarcástica, tão fria... Eu pareço bobo, lerdo, mas eu percebo quando alguém tenta me evitar. Por isso saiba que não estou mais tentando nada com você.
Por que ele disse aquilo?! Logo agora que eu tava me simpatizando com a cara dele? Como ele ousa desistir de mim assim, sem nem tentar direito? Que tipo de cara era aquele?
- A questão não é evitar, Diogo. Não passei por momentos muito bons essa semana.
-E foram momentos tão ruins que pessoas que tentam ser legais com você merecem pagar?
É, ele tinha razão. Ou não. Não sei, eu estava confusa. e ele não estava ajudando.
- Todo mundo tem momentos ruins, Luna. Imagine se todos descontassem nas pessoas à volta, nas pessoas que se importam e querem vê-las bem!
Do que ele estava falando, Deus? Ele me conheceu hoje, não pode ter tanto carinho assim por uma desconhecida. A verdade era que nunca um homem tinha sido tão sincero e real como ele estava sendo. Eu sempre vivi esperando o pior deles, e sempre o que recebia era isso mesmo. O pior. Por que eu estava aceitando um estranho falar assim comigo?
- Olha só, Diogo...
- Quer um doce? Peraí. Hei, moço! - Virou-se pro ambulante - Me dá dois serenatas.
- Mas...
- Pra adoçar um pouco sua vida. - E me oferecu o chocolate
- Er.. obrigada - Peguei o bombom, muito sem graça.
- Desculpa, às vezes sou assim mesmo. Não tenho que me meter na sua vida. Você trata as pessoas como deve achar melhor.
- Mas eu não te tratei mal por querer, é que...
- Não importa. - Colocou o bombom inteiro na boca - Nossa, adoro esse chocolate!
Eu ri da forma que ele comia e falava ao mesmo tempo, parecia uma criança!
- Obrigada.
- Pelo chocolate? Foi só 50 centavos!
- Não falei disso, bobão.
- Do quê falava então, bobona?
- Das palavras, da atenção, da sinceridade.
- Ah, que isso. Eu fui com a sua cara. De graça. - E riu, de novo, com aquela cara de criança.
Viramos uma esquina e chegamos ao ponto final.
- É, chegamos no meu ponto.
- Então.. É aqui que nos despedimos, certo?
- Acho que sim.
Esperei que ele dissesse mais algo ou tentasse, sei lá, me beijar, abraçar ou algo do tipo.
Mas não. Ele só apertou minha mão e disse:
- Foi um prazer, Luna. Nos vemos por aí.
- O prazer foi todo meu.
Ele deu um sorriso. Dessa vez sem mostrar os dentes. Ficamos nos olhando uns segundos.
- Você não quer meu telef...
Ele não me ouviu, virou e saiu andando.
Talvez ele tivesse ouvido, mas sabia que ainda não era tempo. Não para tentar algo. Sim, não era meu tempo. E ele sabia disso. Eu deveria saber disso.
Entrei no meu ônibus me sentindo bem menos pior. Me sentia mulher, me sentia segura de verdade. Fazia tempo que não sentia isso. Soltei o cabelo, tirei o óculos. Foi bom ver o mundo de novo sem me sentir um lixo. Alguém poderia gostar de mim. Sim. E eu poderia gostar de alguém de novo. Fosse o Diogo ou qualquer outro.

domingo, 1 de março de 2009

Busco.

Chega uma hora que algumas coisas cansam. É, não sei o que acontece, mas cansa. Acho que o que mais cansa na vida é esperar. O 'pode ser', o 'quem sabe', o 'um dia será'. O fato é que não tenho paciência, muito menos estômago. Quero tudo na hora que decido, quero sempre e do meu jeito. Se eu fosse diferente talvez não me cansaria de esperar. E talvez não me cansasse das coisas, ou das pessoas. Talvez pareça duro, ou insensível, mas é. Eu me canso das pessoas. Eu me canso das mesma atitudes tomadas por elas, dos mesmos sentimentos que elas me causam, da mesmisse das palavras faladas ou não. Até mesmo de escrever, criar, acho que já cansei. Cansa ser criativa, assim como cansa manter personagens. Cansa até mesmo criar formas alternativas de não cansar da vida. Mas agora, o problema está em quem? Em mim, que sou exigente demais com as pessoas, com a vida e até comigo mesma? Nas as pessoas à minha volta que não conseguem me impressionar por muito tempo? Na criação que tive, que sempre me levou à busca por coisas novas, aventuras e desafios? Queria achar uma resposta, talvez ajudasse em alguma coisa - ou não -. Sei que muita gente vai ter uma outra visão de Lisa quando ler isso, mas até eu mesma estou me descobrindo nesse texto. Não sou essa menininha boa que todos acham. Sou tão chata, infantil, insensível e egocêntrica quanto qualquer filha caçula mimada pelo pai. Não me orgulho disso, mas também não acho a pior coisa do mundo. Acho que os conflitos que tenho comigo mesma por conta disso são muito maiores que os conflitos interpessoais que tenha tido até hoje. Segundo Quintana, viver a vida plenamente no o dia-a-dia jamais cansa. Mas quem consegue viver assim? Não é possível que tenha uma alma-viva que possa dizer que viveu um dia em sua total plenitude. Até porque, na minha opinião um dia só não seria possível pra vivê-lo com toda a intensidade que um ser-humano precisa. E não é só o fator tempo que influi, tem que ser um lugar perfeito, com a pessoa ou as pessoas ideais, num momento adequado. E até isso seria chato, pelo menos pra mim. Tudo que é certinho, que segue um curso perfeito demais é um saco. Gosto quando as coisas dão certo quando tem tudo pra não dar. É bom desafiar o Destino, a vida ou qualquer outra força regente que haja contra nossos desejos. É, isso não cansa. A busca por algo, alguém ou alguma coisa tão almejada por nós. Sim, buscar não cansa. Porque sempre se renova, sempre aparecem obstáculos no caminho, você perde força, ganha ânimo. Cai, se levanta, tenta de novo e cada vez com um desejo, com uma gana maior. E eu espero que eu consiga viver assim: em busca. Mesmo que eu não saiba bem o quê estou buscando. Porque o objeto já não passa de um motivo pra que essa busca fique mais interessante. Buscar é o destino. E que eu morra buscando, e não encontre nunca, que é pra vida não perder o sentido.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Sem título é melhor.

São quase quatro horas da manhã, chove em Goiânia. Ainda assim está quente, um tanto abafado. Alguém do norte arriscaria um cobertorzinho fino. Eu não. Prefiro o lençol ainda dobrado cheirando a dia de domingo. Fato é que, privada do sono por uma forte inquietação que me trouxe a este papel, converso distraída com o tímido vento que entra pela janela semi-aberta do meu quarto, pedindo a ele que por seus passeios solitários pelas sossegadas ruas da tranquila cidade planejada, traga-me, como sopro de inspiração, a habilidade necessária para desenhar em letras os fortes traços que hoje me despertam.É, meus caros, quando lerem esse texto, provavelmente eu estarei dormindo. Perdoem-me pela indelicadeza, mas agora o momento é de insônia. Nem o vento noturno conseguiu vir em eu socorro. Escrever sobre a Lisa não é uma tarefa fácil. Entendam. Peço licença pra recorrer à memória, mas alerto: Posso cair em um saudosismo emocionalista. Estão totalmente dispensados da obrigação de ler até o fim. A Lisa lerá. E mais, sentirá exatamente igual, porque estranha e lindamente, estamos sempre na mesma freqüência.Aos que continuam atentos a esta multidão de palavras – nem tão soltas assim [mas sem muito nexo] e carregadas – em cada letrinha, acento e pingos-nos-I’s – de sentido, significado, sentimento, verdade e tudo mais, vale uma ressalva: isso tudo aqui não passa de tentativa de esboçar uma narrativa que esbarra sempre naqueles longos silêncios onde as coisas sublimes são, de fato, entendidas.Não é de hoje, aliás, é de bastante tempo que ela está na minha vida. Inegável que eu sinto muita falta daquela pirralha que, por ser um pouquinho mais velha que eu, repetidas vezes quis bancar autoridade [Você também tinha franja, ok, amiga?]. Verões cariocas passados, e, agora respirando os ares áridos do cerrado, depois de tê-la encontrado por bondade do Pai e por ironia do destino estar há milhares de quilômetros daquele abraço que me faz desejar um céu estrelado pra qualquer desconhecido, é que me noto com o coração apertado pela vontade de extrapolar e jogar na cara do mundo isso tudo que a gente vive! Que Deus me deu essa chance. Que minha vida ganha novas e mais intensas tonalidades cada vez que compartilho com ela as coisas mais rotineiras. Ah, como eu amo as nossas banalidades! Se todo o espaço que ela ocupa se resumisse a isso, eu já estaria satisfeita. Mas a nossa melodia é mais complexa, tem mais notas, é cheia de acordes!Não tornar a Lisa em texto seria negar à poesia uma personagem que vale inúmeras releituras. Incansáveis, sem duvida. E sempre inéditas, por mais contraditório que isso possa parecer. Abro agora para as reticências, talvez, melhor do que eu, elas mensurem isto que tanto me envolve e emociona, mas que escorre habilmente por entre os dedos da minha insuficiente competência narrativa.É, leitores, o sol começa a sinalizar um belo amanhecer. Mais um dia colorido pelo amor que eu dedico àquela que soube – divinamente – se fazer vital.
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Texto escrito por uma amiga mais que especial, que é tão importante na minha vida quanto alguém possa mensurar. Fico feliz só de saber que ela existe, e se importa tanto comigo.
Enfim, amo você, Aava. Como amei pouquíssimas mulheres na minha vida [Ui].

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

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Hoje deu vontade de escrever... Escrever sobre nada em especial, talvez o post nem tenha um nome, talvez eu no fim dele apague e não aperte em 'publicar postagem'. Mas eu não sei o que tem acontecido comigo, com o mundo à minha volta. Tudo tem acontecido tão rápido e tão devagar ao mesmo tempo que não consigo entender o que tá valendo, o que é pra ser levado à sério, o que pode me magoar, o que eu sei que não vai dar em nada, o que realmente vale a pena. Sempre soube que eu era uma pessoa confusa. Sempre transpareci isso seja com o que escrevo ou na hora que falo e começo a gaguejar, porque vem tanta coisa na cabeça que a fala não consegue acompanhar. Uma pessoa me disse que eu me exponho demais, que me mostro demais e que isso não é bom pra mim. Que eu sei do que é bom pra mim? Viver já me é o ápice. E é o que me basta. Não sei me medir, fato. Eu vivo demais, eu choro demais, fico feliz demais [e por pouca coisa], eu sofro demais, faço cena, dou a cara a tapa e ainda viro a outra face. Eu quero ser feliz, man! Eu busco isso a cada dia da minha vida, a cada momento que respiro, em cada lugar, cada esquina, cada rua que passo, em cada pessoa que olho, em cada olhar, cada sorriso, cada gesto e gosto. Sou desesperadamente apaixonada pela vida, por viver. Por mais que eu tenha meu tempo down, até mesmo nesse tempo o que eu faço é buscar por algo mais, é um grito desesperado de chamar atenção da vida. 'Hei! Eu tô aqui, não me passe em branco!' Cada momento é único, cada instante precioso, e cada fôlego um novo começo. é engraçado... Eu tive uma fase muito depressiva na vida, e um amigo meu esteve na mesma fase no mesmo momento que eu. O que eu podia fazer? Eu tinha que tirar forças de algum lugar por nós dois. E em uma das nossas conversas, depois dele muito se lamentar e muito choro e muita lamúria eu levantei [a gente tava num banco num parque] e falei "Cara! Na boa? Você tem que levantar da cama um dia e pensar 'porra, eu QUERO ser feliz, não aceito mais isso!' Queira ser feliz, escolha ser alegre, escolha ver o que a vida tem de bom. Põe uma musica animada, dance, faça café cantando bem alto a música, e não aceite mais isso na sua vida!" Na hora me deu um estalo. 'Comassim?' Eu tava ali, animando o cara, e acabou que eu tomei aquilo pra mim. No outro ia tava eu cantando 'Bom dia' do vander Lee, acordando todo mundo da minha casa. Não, isso não é um texto de auto-ajuda [apesar dele estar me ajudando e muito], é só um texto. E eu já nem tenho mais o quê escrever. E vou clicar nessa porra de publicar postagem sim, porque eu não fiquei gastando tempo digitando à toa. See ya, folks.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

PaixãoQ/

Não é engraçado como ficamos quando estamos apaixonados? Não sei se você, que está lendo isso agora, vai se identificar com o texto, mais sei que a maioria concorda no quão idiota ficamos nesse estado passional. Parece que tudo lembra 'aquela' pessoa. Desde dois ratinhos fedorentos no meio da rua à poesias musicadas/escritas. Claro, tem também todo um lado bom, o lado de se sentir vivo, o lado de criar, sonhar, viver uma fantasia envolvente [ui], nessa dança infinda [pelo menos por aquele instante tão breve de paixonite]. E a gente ri à toa, se pega olhando pro nada, imaginando onde, como e com quem está o personagem de seus sonhos [mesmo sabendo muito bem onde ele está - na sua cabeça]. E a gente faz planos, sonha, se diverte criando enredos, se arruma mais, se diverte mais, se cuida mais, se gosta mais. Mas é uma coisa particular. O objeto de desejo quase sempre não passa de um coadjuvante que vem a representar um papel que nem é tão importante assim, se você parar pra pensar. Porque este não passa da personificação dos nosso desejos mais secretos, das nossas aspirações e sonhos. Ou seja, na verdade esse personagem, essa coisa que nos deixa felizes o tempo todo, que nos faz devanear no meio do dia [e nas horas mais impróprias], nada mais é do que o reflexo de nós mesmo, refletidos em alguém que nem sempre é metade do que pensamos.
Então chegamos na parte mais chata da história: A desilusão. Esse é um estado quase que inevitável, ainda mais quando se sonha alto demais. Sim, a velha história de que "quanto maior a subida, maior o tombo". E é fato. Pessoas criativas e sensíveis em geral são as que mais sofrem nesse estágio. O mundo cai [/maysa], o chão foge, a vida perde o sentido (//.-), a gente promete a si mesmo que nunca mais amará ninguém [nem preciso expôr sobre a veracidade dessa promessa]... Há quem se entregue às bebidas [desculpadecachaceiroQ/] e tem os que se fecham pro mundo [mimimis]. Mas há quem consiga superar. E o pior [ ou seria melhor? ]: Tem gente que acha esse o estágio mais bonito da paixão. O estágio da dor, onde sentimos na pele nossa humanidade, nossas limitações e enfim nossa capacidade de regeneração [que venhamos e convenhamos sempre nos surpreende].
Agora, uma opinião pessoal, posso? [claro que sim, o texto é meu ok bjs]
Eu acho horrível não pode controlar a mim mesma e o que sinto. Odeio me deixar levar e me deparar com um lado meu tão bobo, que tento esconder até de mim própria. Mas na maioria das vezes quando vi, já foi. Lá estou eu, de novo, enveredada na teia confusa da paixão.
Enfim, acho que é irremediável. A gente pensa que supera, mas não. A gente só muda de foco. Quando percebemos lá vamos nós de novo se perdendo nesse círculo vicioso, esse ciclo inacabável, essa Ciranda de Fortune que denominamos Paixão.
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-Texto inspirado em tantas conversas de dias e madrugadas a finco com Aava e Lid. Conversar com vocês é me entender melhor, é nos entender cada vez menos (6). E sim, o texto não segue regras textuais ou contextuais. "A regra é ter sintonia do inicio ao fim e ser fiel à intenção do autor."[/Aava]
(y)
E por hoje é só, beijosmeligaoumandasms.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Papel em branco.

Pegou um caderno e um lápis e sentou-se em sua escrivaninha. Olhou para o papel. Balançou a caneta entre os dedos indicador e médio. "Isso é mania de baterista" - Um dia a disseram no colégio. Que fosse. A acalmava. Fitou a folha por alguns instantes, e não sabia o que escrever. Lembrou que aquele caderno seu pai a dera há uns 2 anos atrás, quando ela começara a faculdade. Nunca teve coragem de levar o caderno pra aula. Era bem infantil. Acho que era essa a imagem que seu pai tinha, e que sempre teria: que ela seria uma enterna criança. Pais. Só mudam de endereço. Talvez devesse escrever para ele. Sim, ele sempre fora o ponto alto da sua vida, o homem que mais amara e que mais a amou na vida. Talvez o único. Que fosse o único. Ele sempre a apoiou em tudo na sua vida, mesmo nas coisas que suas mãe diziam inúteis, ele estava lá, dando o clássico tapinha nas costas e as célebres palavras de incentivo. Só conseguiu escrever umas 2 frases, mesmo assim muito pouco à altura do que ele realmente significava. Arrancou a folha do caderno, fez uma bolinha e tentou jogar no cesto. A bola quicou na borda e caiu no chão. Levantou para pegá-la, se sentiu um pouco tonta. Preferiu sentar-se de novo. Desde que descobrira sua doença, parece que os sintomas pioraram. Uma amiga uma vez a dissera que "quando a gente descobre que tá doente, os sintomas se sentem com menos peso de consciência de nos afetar". Talvez não fossem palavras tão sábias, mas que ela tinha razão, ah, isso ela tinha. Olhou para a folha nova, tentando se concentrar. Os desenhos já lhe eram mais familiares, já se identificara com as cores e formas, já pegara gosto por aquele papelzinho tão meigo e rosa, totalmente diferente dela, que sempre fora um tanto rude e muio pálida. Novamente chegara ao ponto zero. Sobre o quê escrever? Para quem escrever? Seu namorado? Aquele que a abandonou, por que não tinha forças o suficiente para a acompanhar nessa "fase difícil da vida dela"? Nunca aceitou um término tão mesquinho e egoísta. Sempre ouvira dizer que o ser-humano é assim. Sempre fora instruída a não confiar na pessoas. "Ninguém nesse mundo presta". Ouvira sua mãe dizer inúmeras vezes. E ela tinha razão. Podia ser uma fase, ou delírio da doença, mas Ana se sentia assim. Traída, mal-amada, sem um porto seguro onde pudesse aportar seu coração, sua alma, seu desejos, anseios, medo e dúvidas. A vida a traiu, lhe dando o fardo de uma doença incurável, que consumia seu corpo, que degenerava sua alma. Seus amores sempre a traíram. Não que fosse culpa deles, talvez ela depositasse confiança demais. Mas qual o sentido de estar com alguém e não poder confiar-se à ela? Por que não querer estar-se preso? Por que se segurar o tempo todo para não sonhar, para não dizer o que sente, para mostrar uma coisa que não é o que você quer realmente mostrar? Nunca gostou de joguinhos, mas sempre os fez, por peceber que isso era necessário. Homens. Mas até um bom jogador um dia cansa. E ela estava cansada disso tudo, estava cansada de tentar ser o que ela não era.
Amigos. Talvez a única coisa que tivera com sinceridade. Mas o irônico é que nunca pôde estar, conviver com esses amigos que eram tão importantes na vida dela. Nunca pôde dar um abraço no momento que precisou, nunca pôde ter as lágrimas secadas pela blusa, pela mão de um deles. Sempre ficou no nunca nas suas amizades. E sempre se fez de forte por isso. Sempre pareceu orgulhosa demais para ter fraquezas. Mas ela as tinha. Talvez mais do que o normal, mais do que pensavam. E isso pesava. Pesava não poder dividir isso com alguém. Pesava viver dessa forma. O personagem que criara para si era um fardo, era uma máscara tão bem feita, que sabia que quando tirasse seria tarde demais. Já não mais saberia o que era verdade e o que era teatro.
Ana chorou. Chorou por tudo que não viveu nessa vida. Por tudo que não poderia mais viver, que queria viver mas não tinha mais tempo. Chorou pelos disperdícios, pelas palavras não faladas [ou digitadas], pelos nãos que tanto ouvira e os que tanto dissera, pelos sentimentos que tanto se segurara para não sentir, pelas pessoas que ela nunca pôde dizer o quão importante foram na sua vida. Chorou por si própria. "Auto-piedade é a pior doença" dizia uma música. Mas doença por doença, ela preferia ficar com essa.
Agora ali, em meio à lagrimas, frio, solidão, dor, Ana esquece o papel na sua frente. O Lápis cai de sua mão, sua cabeça pesa, e a vista vai ficando escura. Seu rosto enconsta naquele papel, agora banhado de lágrimas, e os desenho manchados, pareciam criar novas cores, novas formas. Ana ri. Sabe que não vai mais conseguir escrever nada. Fecha os olhos, e respira fundo seu último fôlego, desperdiçado num pedaço de papel em branco, agora manchado.
E a única coisa que sobra de sua despedida, é aquela bolinha de papel, meio amassada, na qual, com ajuda da luz amarela de seu quarto, qualquer um poderia ler a frase:
"Pai, eu amo você. Obrigada."

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Chuva.

Era tarde, bem mais tarde que o normal. A noite avançava fria, e uma chuva fina começava a cair. Perdera a última condução e deveria andar mais 2 quarteirões do centro da cidade para pegar um alternativo. Enquanto andava, sentia o vento bater em suas pernas e rosto, fazendo seu nariz gelar e seus pêlos arrepiarem. Estava agarrada às apostilas e pastas que carregava quando debateu com aquela sombra imponente, rígida. Uma trombada de braços.
- Desculpe. - Ouviu de uma voz suave, e segura.
- Tudo bem. - Não entendeu, mas o timbre a desconcertara.
Continuou andando, segurava as pastas tão forte que elas nem se dignaram a cair quando topou com aquele cara.
O que será que ele faz? Qual será o nome dele? Do que será que ele gosta, ou quais seus medos? Estranho pra ela pensar tanta coisa sobre alguém que nem mostrara o rosto, de quem só ouvira a voz.
- Esqueça isso, Lêda. - Cochichou para si, com a voz entrecortada pelo frio que fazia seus dentes baterem.
Mas ela não estava se aguentando. Olhou para trás, mas não via mais a sombra. Decidiu voltar alguns passos e ver se a figura havia entrado numa ruela há uns 10 passos atrás. Já não se importava com o perigo de estar ali, naquele breu, sozinha e desprotegida. Chegou a ruela. Parou na entrada. Olhou várias janelas, umas com luzes abertas, outras com apenas uma luz vermelha aqui ou ali. Começou a andar em direção àquela rua, tão suja e mal-cheirosa como tantos becos do centro. Seu salto entrou num paralelepípedo. Sentiu que fosse um sinal. Apesar do medo que começara a tomar conta de seu ser, o ignorou. Continuou andando, num ritmo compassado junto ao ritmo do seu coração. Viu figuras à espreita, sombras peçonhentas. O ritmo aumentou. Deixou uma apostila cair. Não teve coragem de voltar pra pegar, não tinha coragem de olhar para trás. Já estava num beco sem saída. Não no sentido literal da palavra.
Continuava sua fuga quando se deparou com um homem, na porta de uma dessas casas que tinha a tal da luz vermelha. Será o homem que ela vira há alguns muitos minutos atrás? (sim, sua caminhada parecida ter durado horas). Criou coragem. Já estava ali mesmo, nada poderia ser pior.
- Err.. boa noite.
Ele apenas a olhou maldosamente. A partir daí ela ja tinha certeza que não era o homem da voz suave. "Ele nunca me olharia desse jeito". Por que pensou assim?
- É que estou perdida, pode me dizer o nome dessa rua?
Dizer que estava perdida foi o maior erro naquela noite. Ou ter ido atrás de um cara que nem conhece, que só ouvira pedir desculpas foi o maior? À essa altura não importava mais.
- Precisa de ajuda, é, princesa?
Aquele sorriso amarelo e escuro lhe deu um arrepio na alma. Correu. Correu tudo que pôde e um pouco mais. Chegou à uma praça. "Ufa". Era a praça onde pegaria seu alternativo. Nunca se sentira tão aliviada. Nunca respirara ar mais puro que aquele.
Entrou na van. Sentou e deixou o corpo cair sobre a poltrona, que tinha uma parte rasgada, que roçava sua coxa. Não importava. Só queria estar ali, sentir o calor de um lugar seguro.
Entrara tão afoita que nem repara na figura familiar que estava sentada do seu lado. Lendo um livro do Pessoa, e brincando com um chaveiro em forma de cão estava ele: o cara da rua, o vulto, a sombra que ela perseguira e por quem passara tanto perigo.
Seu coração começou a palpitar. Batia tão forte que qualquer um poderia ouvir. E ele ouviu. Parou de ler.
- Está tudo bem, moça? - Perguntou com um aquele timbre incofundível que viria a ecoar por tempos em sua mente.
Ela não conseguia se mexer, não sabia o que dizer. Seu coração já estava quase saltando de sua boca, suas mãos estavam trêmulas, lembrando de tudo que passara por aquela voz. Sentiu vergonha, sentiu tristeza. Tudo isso foi só carência? O que aconteceu? Por que tanto desconcerto por causa de uma voz?!
Ela só soube balançar a cabeça afirmativamente.
Ele deu um sorriso. Um sorriso limpo, um sorriso sincero, mas distante. Um sorriso totalmente diferente daquele que vira na ruela escura. Se sentiu mais calma, mas sua vergonha não diminuira. A van começou a andar e ela se sentia derrotada. Não conseguira nem esboçar um sorriso, nem uma palavra a viagem toda.
Ele chegou ao seu destino. Pediu licença com aquele sorriso acalmante, pra poder passar. Sua calça encostando na perna dela lhe deu uma vontade de se levantar e ficar no mesmo ponto que ele. Mas a coragem não foi suficiente. Ele saltou. Ela ficou olhando da janela. Ele também parou, e a fitou, com aqueles olhos indiferentes. Ele foi se afastando das vistas dela. A chuva aumenta. Ele vira as costas e sai andando devagar, mesmo em meio a chuva.
E ele nunca saberá o que uma menina fez pela sua voz, e nem o que ela sente e o que vai sentir ainda por muito tempo por conta daquele sorriso.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mais ele.

Eu e minha mania de escrever sobre as pessoas ao meu redor. Mas falar sobre as pessoas que convivo é minha forma de entender meus relacionamentos, e de você, que lê o blog, saber um pouco da minha vida através de coadjuvantes tão especiais. Hoje eu vou falar de uma pessoa que entrou na minha vida há pouco, mas tão pouco tempo que eu nem tenho muito o que escrever. Sei que me faz bem, e ser melosa sobre ele nem dá certo, porque não consigo. Mas sabe aquele tipo de gente que te cativa que nem um cachorro faz? O cachorro nem tem noção do que tá fazendo direito, ele é sempre bonzinho e faz coisas que nem sabe porque faz. Se você não gosta de cachorro fica meio assim, meio com o pé atrás, mas as vezes o cachorro é tão, mas tão fofinho que você vê que o fato dele estar latindo pra você é só a forma que ele tem de se expressar. E você acaba gostando dele por isso. Depois descobre tantas outras qualidades que acaba se apegando, se apegando e quando vê já está acariciando, já tá cuidando, amando. Percebe que ele se expressa de outras formas.. Seja por uma fungada no seu ouvido, ou uma lambida na cara. Gosto de cada dia descobrir uma coisa bonita, uma coisa fofa sobre ele. Suas fraquezas, seus anseios, suas ambições [mesmo que ele diga que não as tenha], suas paixões, seus sonhos e planos. Gosto só de ver seu sorriso [ele fecha os olhos qndo sorri haha], e saber que ele gosta das minhas músicas, e ri das minhas poses e besteiras.
Um dia eu vou ter um ap com uma vitrola e vários LPs e vou lembrar da conversa de hoje [ou foi ontem], e vou rir, lembrando desse bocó que entrou de para-quedas na minha vida. E vou saber que ele, em algum lugar do mundo vai estar no dele, comendo pizza e ouvindo o mesmo disco.
O post é pouco, mas é de coração. É um prazer escrever sobre/para você, bocó.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Meu solilóquio.

Ela gosta de listas. Sim, listas. Acho que é a sua forma de escrever sem responsabilidade com o nexo. Mas as listas dela quase sempre fazem sentido. Gosto quando ela usa essas listas para me definir ou definir algo que sentimos uma pela outra. Porque é assim que os sentimentos se misturam e surgem na mente, pelo menos pra mim. Gosto com ela escreve, gosto do que ela escreve, como relata as coisas de forma tão singular e coloquial. Quando termino de ler o que ela escreve eu nem sinto que acabou e sempre fico esperando mais. Gosto quando ela xinga e fala palavrão. Gosto da sua bipolaridade, quando de um segundo pro outro ela vai do 'eu amo vc' pro 'hoje não tô afim de sentimentalismo, ok bjs'. Gosto do que sou quando falo com ela, gosto da liberdade que ela me dá, tanto pra ser eu mesma, quando pra confiar plenamente nela. Eu acho muito difícil escrever sobre ela, que me deixa boa parte do tempo sem palavras, que me faz sentir tanta coisa ao mesmo tempo, tanto sentimento bom, tanta euforia e nostalgia, misturados com uma pontinha de inquietação. Queria tê-la aqui, bem pertinho de mim, mas o Fortuna não o quis. Talvez tenha sido melhor. Gosto do valor que damos à essa amizade, gosto de saber que tem alguém a km de distância de mim que se importa, e com quem eu me importo e queria estar perto. Espero ansiosa o dia que a abraçarei de novo e conversaremos sobre coisas banais, sobre amores, sobre a vida e nossas aspirações. Não que a gente não faça isso [ a gente faz e muito], mas preciso senti-la, preciso de algo tangível, um abraço, um brinde. Um dia, amiga. Um dia.
Sei que nem passamos por tudo que um amizade passa para se tornar eterna, mas sei que já passamos o suficiente pra ela ser inesquecível.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Carta.

"Não falei contigo com medo que os montes e vales que me achas caíssem aos teus pés."
[ Carta - Toranja ]



Hoje senti uma necessidade sufocante de te escrever. Não que eu tenha o quê escrever, não que eu saiba o que posso falar ou mesmo sentir. Mas essa noite lembrei de você, lembrei de todos os abraços, de todos os gestos, de todos os nãos, de todas as palavras ríspidas, de tudo que compreendi errado e o que entendi completamente certo. Lembrei de muita coisa boa também, coisas que acho que só eu vivi, no meu mundo particular que vivi com você sem você estar lá. Aquele mundo dos sonhos e fantasias em que a gente cria um personagem em cima de uma carcaça que nunca chegará aos pés dos nosso enfeites sonhadores. Não te escrevo para te fazer sentir mal ou mesmo desabafar mágoas em cima de você e do que não vivemos. Escrevo porque por melhor ou pior que tenha sido esse tão pouco tempo juntos, ficou alguma coisa dentro de mim. Algo que não consegue me deixar andar pra frente, algo que me prende, me bate toda vez que tento dar um passo em direção à novos relacionamentos e sentimentos. Mas sabe o que eu finalmente pude aceitar? A culpa não foi sua. Como falei, criei um ideal, vivi num mundo à parte da realidade e foi difícil, está sendo difícil sair dele. Porque nos meus sonhos você ainda é tão real e tão puro e intocado como sempre foi. Ainda é o meu ideal, ainda é minha aspiração, meu desejo. Não, não tenho vergonha de dizer isso. Me envergonhar disso é me envergonhar da minha habilidade de criação, de fantasia. Porque no fundo você nunca passou disso. Uma ilusão, um ideal criado por mim e pelo que eu achei que poderia vir a ser nós dois.
Sei que não deu certo. Sei que nunca vai dar certo. E parece que falando isso diretamente eu me entendo melhor, compreendo melhor essa coisa tão confusa que eu vivo, que eu almejo ainda. Foi bom enquanto durou, vai ser bom enquanto não durar mais. Se te escrevo, não é por esperança, é por alívio e tristeza. Mas é uma tristeza boa, aquela que você pensa e dá aquela risadinha amarela meio de lado, saca?
Pois é. Assim que faço quando lembro de você e de tudo que não fomos.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

No title









Um dia percebeu o quanto era diferente dos demais. Pensava de outro jeito, sonhava outras coisas, ansiava por algo maior e não comum. Mas ao invés de seguir seu próprio caminho, se deixou levar por essa vida estranha, por pessoas que não compartilhavam seu mundo. Não entendia porque pensavam tão diferente, como se contentavam com tão pouco, como se conformavam com o menos.Começou a pensar que havia algo errado com si mesmo. Tentou se encaixar, mas isso só trouxe frustração. Foi motivo de chacota, digno de pena, de desprezo. Resolveu fugir. Foi chamado de covarde. Talvez fosse mesmo, mas não pelo fato de fugir, mas de fugir de si próprio.Correu o quanto pôde, o quanto suas pernas aguentaram. Caiu. Chorou. Chorou pela sua vida inteira. Por nunca tê-la vivido plenamente, por ter estado em cima do muro esse tempo todo. Por não ter sofrido muito, nem gozado muito.Sua vida não tem sentido algum agora. Pensando bem, nunca teve. Sempre viveu para agradar pessoas que nunca o agradaram, pessoas que nunca sentiram e nunca sentirão sua falta.Está sozinho agora e a noite chega devagar como se não se importasse com sua vontade de se esconder do mundo e de si mesmo. A noite está fria e ele sangra. Não só por aqueles cortes que as pedras e os galhos fizeram em seu corpo. Sua alma sangra, seu orgulho, seu coração. Viver não faz mais tanto sentido. Algum dia fez?Olha para o abismo à sua frente. Tão convidativo, tão simpático, como nunca alguém fora antes com ele nesses últimos anos. Toma uma decisão. A última de sua vida. Se entrega aos braços daquele novo amigo, talvez o único sincero que já tivera. Sente o vento bater em seu rosto, relembra sua vida e não se arrepende de sua decisão. Quem sabe um dia volte em uma nova forma e não cometa os mesmo erros de agora. Sente um alívio indescritível e sorri. O primeiro sorriso sincero e feliz de uma vida frustrada, que dá seu último passo na esperança de algo melhor.