sexta-feira, 24 de abril de 2009

Apenas mais uma de qualquer coisa.




Já se sentiu anestesiado de tanta dor? Já sentiu uma coisa tão ruim que você achou que ela sairia de dentro de você e se materializaria na sua frente? É, parece musica do Simple Plan mas é o que tenho sentido ultimamente. É estranho, parece que os olhos são movidos à ócio: Se eu paro um segundo lá vem as lágrimas rolando até dizer chega [medo de ter que tomar soro caseiro daqui ha pouco]. Então, fazer piada com meus momentos ruins foi a forma que achei de poder pensar no assunto sem drama, sem me acabar de chorar também. Uma vez meu irmão terminou com a primeira namorada dele e ficou ouvindo a mesma musica o dia INTEIRO, chorando em frente o aparelho de som. Eu deveria ter o que... Uns 10 anos, mais ou menos. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Sempre o vi feliz e cheio de marra pela casa. Resolvi perguntar pra minha mãe. Ela disse 'Ele terminou com a namorada'. Eu falei 'e isso dói tanto assim?'. Me surpreendi com o poder que alguém teve de fazer meu irmão [que sempre fora cheio de mania de fodão] sofrer e chorar pra todo mundo ver. Cresci e percebi que se alguém tem o poder de nos deixar doídos, esse alguém somos nós mesmos. Nós criamos expectativas, nós sonhamos, fazemos planos sem ao menos saber em que terreno estamos nos metendo. Sim, porque por mais que você conheça alguém de verdade e há anos, não se poder ter certeza absoluta do que essa pessoa sente por você, ou em relação à relação que tenham.
Ok, ok. Eu to enrolando pra dizer, mas a verdade é que me fodi. Me fodi feio, por conta dessa mania irritante que temos de construir sonhos e planos em cima de alguém. Essa mania de achar que o amor é lindo e suficiente. "Ah, vamos tentar, o amor se encarrega do que vier depois". CAÔ! O amor é um reles enfeite, um ornamento que usamos pra deixar a vida um pouco mais bonita. E você se deixa levar, se envereda por um caminho lindo, cheio de flores, passarinhos e às vezes até fadinhas. Vai saltitando pelos paralelepípedos cor-de-rosa [sim, porque uma pessoa apaixonada vê cada coisa brega, Deusmelivreeguarde ], ao som de alguma musica do Jorge Vercillo. Aí a pessoa que ta caminhando com você é linda, perfeita. Tem os olhos mais lindos que você já viu, fala coisas mais inteligentes e transcedentais que o Pedro Bial em final de Big Brother. E você se ilude, achando que é a pessoa da sua vida, que ela vai conseguir conviver com seus defeitos e vice-versa. Que vão enfrentar batalhas juntos, passar por momentos difíceis e se materem de pé. Pff! Chega uma hora que qualquer desentendimento vira uma batalha, qualquer lagartixa vira um dragão. E se dá conta que nenhum dos dois é São jorge: Não matam dragões e muito menos fazem milagres. E é aí que o caminho começa a virar Avenida Brasil, cheio de buraco e com um monte de carros andando a mais de 100 km/h desvairados [entenda carros como quiser ], quase batendo em você. Você vê quase o Vale da Sombra da morte: Os passarinhos começam a se transformar em reclamações e fofoquinhas, as flores viram cactos, palavras que cortam sua pele, e as fadinhas? Ah, as fadinhas... Prefiro não comentar sobre elas. Aí você olha pro lado e se depara com a outra pessoa que está do seu lado agora. Porque não é possível que aquele principe encantado tenha se tornado esse ser que você olha agora. Repara que o olhar é meio torto e frio. As palavras? Aqueles versinhos cheios de rimas pobres que você escreve no diário aos 14 anos. Sim, o nome disso é desilusão. A pessoa pode não ser esse mosntro que você está vendo agora, mas como a ilusão nos faz ver muito mais do que a pessoa é, a desilusão faz justamente o contrário. Te faz ver o real sem enfeites e ainda por cima piorado. O que resta nesse caso é esperar. É. Esperar que o monstro fique familiar. Sim, o relacionamento já era, mas às vezes vale a pena ter o monstrinho como amigo, afinal, é alguém com quem você se dividiu, que sabe tanto sobre você, que você acabou criando um carinho.
Enfim, eu tô desiludida, admito. Não sei se devo, sei que não faz diferença, mas ainda não cheguei no estágio do monstrinho. Ainda não consigo olhar a pessoa que amei com olhos de desilusão, apesar de a sentir latejante dentro de mim. Mas pelo menos já consigo usar o verbo amar no passado. Já consigo olhar pra trás e ver que fui feliz, que sonhar me fez bem, apesar de não querer que isso aconteça tão cedo.
É isso. Um texto exagerado que se contradiz. Acho que essa é a melhor definição do amor, pra mim, no momento.

6 comentários:

  1. Nesse momento, comentar sentimentos, emoções e afins, me é dispensável...

    Vale só dizer que a desilusão deve ser combatida com sorrisos, com alegrias diversas, com amizade...

    ... conte com isso...

    ... conte com seus amigos...

    ... conte consigo...

    ... e conte comigo...

    Bora começar???

    1

    2

    3

    ... continua contando...

    (paida boa, ou não... a intenção foi te fazer sorrir (nem que seja pelo ridículo)

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  2. Queria ter palavras que tirassem de você esse sentimento ruim, mas sei que não há nada e nem ninguém que faça isso. Só o que posso dizer é que estou aqui para o que você precisar.

    ♪[...]Quando quiser é só pensar
    Que eu venho pra escutar
    Que eu venho pra te acalmar
    Prometo[...] ♪

    .Te amo, pra sempre.

    Beijos, Gi.

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  3. Eu sei exatamente o que é sofrer e tentar viver feliz e em paz,eu não tô conseguindo.
    Mas você tem força suficiente pra conseguir e atitudes também.

    você me dá orgulho demais.

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  4. Então, obrigada! ;D

    quanto a sua dor, não sei o que dizer, desculpe, sou ruim pra essas coisas.

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  5. Não tenho nada a dizer que possa te ajudar a não ser os velhos clichês(conte comigo e essas coisas)
    mas já sabe disse então direi apenas ADOREI o texto

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Agora já podem massacrar/elogiar/desdenhar.