São quase quatro horas da manhã, chove em Goiânia. Ainda assim está quente, um tanto abafado. Alguém do norte arriscaria um cobertorzinho fino. Eu não. Prefiro o lençol ainda dobrado cheirando a dia de domingo. Fato é que, privada do sono por uma forte inquietação que me trouxe a este papel, converso distraída com o tímido vento que entra pela janela semi-aberta do meu quarto, pedindo a ele que por seus passeios solitários pelas sossegadas ruas da tranquila cidade planejada, traga-me, como sopro de inspiração, a habilidade necessária para desenhar em letras os fortes traços que hoje me despertam.É, meus caros, quando lerem esse texto, provavelmente eu estarei dormindo. Perdoem-me pela indelicadeza, mas agora o momento é de insônia. Nem o vento noturno conseguiu vir em eu socorro. Escrever sobre a Lisa não é uma tarefa fácil. Entendam. Peço licença pra recorrer à memória, mas alerto: Posso cair em um saudosismo emocionalista. Estão totalmente dispensados da obrigação de ler até o fim. A Lisa lerá. E mais, sentirá exatamente igual, porque estranha e lindamente, estamos sempre na mesma freqüência.Aos que continuam atentos a esta multidão de palavras – nem tão soltas assim [mas sem muito nexo] e carregadas – em cada letrinha, acento e pingos-nos-I’s – de sentido, significado, sentimento, verdade e tudo mais, vale uma ressalva: isso tudo aqui não passa de tentativa de esboçar uma narrativa que esbarra sempre naqueles longos silêncios onde as coisas sublimes são, de fato, entendidas.Não é de hoje, aliás, é de bastante tempo que ela está na minha vida. Inegável que eu sinto muita falta daquela pirralha que, por ser um pouquinho mais velha que eu, repetidas vezes quis bancar autoridade [Você também tinha franja, ok, amiga?]. Verões cariocas passados, e, agora respirando os ares áridos do cerrado, depois de tê-la encontrado por bondade do Pai e por ironia do destino estar há milhares de quilômetros daquele abraço que me faz desejar um céu estrelado pra qualquer desconhecido, é que me noto com o coração apertado pela vontade de extrapolar e jogar na cara do mundo isso tudo que a gente vive! Que Deus me deu essa chance. Que minha vida ganha novas e mais intensas tonalidades cada vez que compartilho com ela as coisas mais rotineiras. Ah, como eu amo as nossas banalidades! Se todo o espaço que ela ocupa se resumisse a isso, eu já estaria satisfeita. Mas a nossa melodia é mais complexa, tem mais notas, é cheia de acordes!Não tornar a Lisa em texto seria negar à poesia uma personagem que vale inúmeras releituras. Incansáveis, sem duvida. E sempre inéditas, por mais contraditório que isso possa parecer. Abro agora para as reticências, talvez, melhor do que eu, elas mensurem isto que tanto me envolve e emociona, mas que escorre habilmente por entre os dedos da minha insuficiente competência narrativa.É, leitores, o sol começa a sinalizar um belo amanhecer. Mais um dia colorido pelo amor que eu dedico àquela que soube – divinamente – se fazer vital.
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Texto escrito por uma amiga mais que especial, que é tão importante na minha vida quanto alguém possa mensurar. Fico feliz só de saber que ela existe, e se importa tanto comigo.
Enfim, amo você, Aava. Como amei pouquíssimas mulheres na minha vida [Ui].
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Texto escrito por uma amiga mais que especial, que é tão importante na minha vida quanto alguém possa mensurar. Fico feliz só de saber que ela existe, e se importa tanto comigo.
Enfim, amo você, Aava. Como amei pouquíssimas mulheres na minha vida [Ui].