quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sobre criações.


Porque o que inventamos nada mais é que reflexo de nós mesmos. Isso também vale para o amor. Colocamos nele nossos desejos mais profundos e aspirações mais loucas. Mas como toda criação de seres imperfeitos, sempre há uma parcela de nossos próprios defeitos, o que torna o amor nada mais do que uma personificação maquiada de nós mesmos. Não existe amor perfeito, existe criatividade para fazer dele o mais bonito possível. Obrigada, Deus, pelo dom de criar uma realidade mais aceitável e assim viver um pouco do que só Tua mente infinita é capaz de produzir.




terça-feira, 16 de novembro de 2010

[?]



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sobre ser.

É essa loucura que cega e ao mesmo tempo dá o entendimento.
São coisas vividas que ainda não se viveu.
É um certeza insegura, que confunde e conforta na mesma medida.
É querer saber. É querer se supreender.
É querer estar e fugir. É tocar e sucumbir.
É um estúpido conhecer, é resistir até ceder.
É fluente, liquidez, abundância, fartura.
É influido, é escasso, fugaz e fugitivo.

Um eterno dilema paradoxal.

É o que somos.
É o que fazemos de nós.
É o que nos faz.




Pequena nota sobre Ela.


(...)

Haja aperto que o aporte! – O amor é líquido:

Aceita um gole?




Aa.



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ao velho amigo.

Hoje senti falta daquela xícara de café. Aquele gostinho meio amargo, um tanto forte, um tanto fraco. Na medida certa para nossa semanal conversa fiada. Entre risos e besteiras, entre política, religião, futebol e tudo o mais que não se discute, a gente se enveredava. Nem sempre os assuntos tinham sentido, principalmente quando você vinha com aqueles conselhos de tiozinho "História não dá dinheiro! Você deveria fazer administração e concurso público!" Isso quando você não se aventurava em falar sobre conspirações, teorias e sujeiras, de todos os tipos. Enquanto lembro disso, aprecio o líquido preto que está na minha frente. Dou uma leve risada. É sempre bom lembrar de você e de quando se empolgava e dava aquela risada rouca, e batia no meu ombro, me fazendo sujar todo o balcão de café. Hoje estou aqui, há quilômetros de distância, em um lugar totalmente diferente, com pessoas pelas quais não me surge qualquer interesse. Em meio à uma cultura adversa à qualquer realidade que eu tenha vivido. Mas ainda sorrio. Não por algum motivo em especial, afinal, você fazia questão de dizer que não queria ser especial, mas sim inesquecível. Eu sorrio por algo inesquecível. Eu sorrio por você. Sorrio por uma amizade que mesmo tão longe ainda faz parte de mim, me dá motivos pra rir. Dou uma golada no café que está a minha frente. Ainda está quente, mas não tem o mesmo gosto de meses atrás. Discretamente, levanto a xícara. Um brinde à você, meu amigo.

"- Essa é por minha conta, velho."

Ponho a xícara no balcão, junto com alguns centavos.
Saio pela porta, olho pela vitrine pessoas despercebidas. Algumas riem, algumas parecem brigar, outras estão simplesmente sozinhas, outras lêem o jornal. Talvez elas nunca saberão como um pequeno café pode unir duas pessoas.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

batidas.

Ela ouviu o som da porta. Uma batida seca que estremeceu todos os cantos do seu corpo. Ela se sentiu triste, mas lá no fundo aliviada. Foram muitas noites de batidas. Gritos. Choros. Desespero. Ameaças. Em algum momento ela achou que não viveria sem aquilo. Em alguma parte da sua vida infeliz ela sabia que o bater da porta voltaria outra vez. Outra vez. Outra. Mais uma. Já se tornara musica para seus ouvidos.
Mas aquela noite era diferente. Ela sentia diferente. Ali, na cama, abraçada ao travesseiro ela sabia que alguma coisa era definitiva. Sabia que a sinfonia intrínseca daquela entrada, que hoje se tornou -definitivamente- uma saída, estava no seu fim. As promessas finalmente foram cumpridas.
Foi quando relaxou seu corpo, foi quando finalmente se sentiu de volta. Sentia cada parte do seu corpo relaxar. Não haviam mais lágrimas, apenas um sorriso, que pensou ter perdido há muito tempo atrás. Estava livre. A porta nunca mais bateria. Sim, porque quando menos percebeu estava de pé, com as chaves nas mãos. Nunca mais bateriam sua porta. Porque ela nunca mais a abriria novamente.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Disposições.

L.: A gente NUNCA conhece uma pessoa do exato jeito que ela vai ser.
L.: Isso é um FATO.
L.: A primeira impressão é só uma impressão.
A.: fatão mesmo.
L.: O que vai definir seu relacionamento com alguém é uma série de fatores emocionais, psicológicos, temporais... E isso forma a pessoa pra você. E pré-disposição é muito necessario, claro.
A.: ou seja, paciência
L.: falou tudo.
A.: tenha comigo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sides.

E você sempre esteve ali, num canto qualquer, a vista de quem quisesse. Sempre ali. Sempre à estreita, com olhos curiosos e pensamentos voluntariosos. Às vezes de lado, às vezes esquecido até. Muitas vezes solicitado, muitas vezes deixado. Mas sempre ali. Sempre de lado.
Eu sempre estive aqui, em um lugar qualquer, me escondendo de tudo e todos. Tentando ser feliz. Tentando achar algo que fizesse sentido em meio a tanto caos. Sempre te vi. Nunca te olhei. Não como vejo agora, não como deveria olhar. Eu girava, eu dançava, eu caía. Eu chorei. E você ali. Podia sentir o calor do seu olhar, podia sentir a aflição na sua voz, sempre tão presente, mas não tanto quanto você em si.
Um dia fui daqui para aí. E ficamos os dois lá. O tempo pareceu parar e nao havia mais o 'onde'. Éramos nós. Tão somente nós. No lugar onde deveríamos estar. Ali? Aqui? Lá. Onde os sorrisos ecoam, onde o perigo dorme, onde cada cor faz sentido, onde eu posso girar, dançar, cair e até mesmo chorar. Porque não estou sozinha. Você está lá. Do meu lado. Do lado de lá. Do lado de cá, dentro.




Ao melhor lado de mim, Jônathas Alves

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sea.



Vejo as ondas baterem.
Sinto o vento frio, me arrepiando os pêlos por todo o corpo.
Gotas, pequenas gotas mancham minha pele.
Há tempos não tenho essa sensação.
A sensação de estar tão perto de algo que me amedronta tanto, me encanta tanto.
De algum lugar foge o som leve e metálico de uma música chorosa, me fazendo lembrar de momentos e coisas que há muito tenho evitado pensar.
Cheguei ao ponto em que pensar não ajuda.
Só quero sentir.
Sentir liberta.
Por que em meio a tantas dúvidas, o sentir é fuga.
Fujo para dentro de mim mesma, tentando achar um porto.
Sinto aquela imensidão a minha frente ficando maior a cada passo que dou.
Agora faço parte dela. Minhas dúvidas parecem menores então.
Um porto. Um fim.
Enfim, certezas.
No imenso mar, que abarca minha alma, que me lava.

Me leva.

Eleva.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Diários da Lisa #02



Querido diário,

Acho que você já deve ter ouvido a expressão "pessoa certa na hora errada", não é? Pois é, eu ando pensando muito sobre isso. Cheguei a conclusão de que essa frase é tão errada! Se a pessoa é a certa, não existe isso de 'hora errada'. E se tá na hora errada, nenhuma pessoa é certa, não é mesmo?
E ainda acho que essa questão vai muito além. Como se tem certeza de que uma pessoa é certa pra gente? Sim, quando a gente não tem muito o que fazer fica listando características de uma possível pessoa ideal. E quanto mais fazemos isso mais temos certeza de que nunca vamos encontrar a pessoa certa! Claro que existem certos tipos de características em uma pessoa que você sabe que nunca vai aceitar ou conviver. Mas daí a fazer uma pessoa só com qualidades e com defeitos que não se pode considerar realmente defeitos é que nem entrevista de emprego: Tá la escrito "liste um defeito seu", aí você todo fanfarrão põe "Eu sou organizado e perfeccionista demais". Você realmente acha que o entrevistador acreditou em você? Claro que não. Mas ele se deixa enganar, porque é o tipo de mentira que ele espera que você conte. Mas e aí? Você idealiza uma pessoa no mesmo esquema da entrevista, mas no fundo você sabe que nunca vai achar alguém que se encaixe nos seus sonhos. Aí vira um frustrado que nem eu, que passou tempos pensando como seria o príncipe encantado e cresce e percebe que o que realmente importa é como a pessoa te faz sentir, não o que ela é na real.
E na boa? Não existe momento errado com pessoas certas. Existe uma coisa chamada 'disposição'. Não existe perfeição, existe 'ajuste'.
É no que acredito.


Até a próxima.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Diários da Lisa #01



Querido diário,

Não sei bem o porquê de se ter um diário, mas sei lá, deu na veneta e eu tô numa fase tão ''não se reprima, mesmo que isso pareça idiota"... Então, vamos lá.
Nesse nosso primeiro contato acho que eu deveria me apresentar, né? Apesar de, pelo fato de você ser meu, já deveria vir sabendo a maior parte da coisa toda, não é...? Ou não. Eu tenho amigos que são 'meus' e não sabem quase nada da minha vida. É, mas eles não são coisas, e eles não vivem em função de mim [uma pena, diga-se de passagem]. Enfim, a idéia é extravasar pensamentos e não falar nada com nada mesmo.
Depois de mais de 12 horas quase seguidas de sono, o meu cérebro fica meio empanturrado de pensamentos. Da vontade de ter DR com todo mundo, vontade de dar minha opinião para tudo. Mas muita coisa é inútil, admito. Mas sei lá, deu vontade de dar uma arrancada na minha vida, deu vontade de ler, de estudar, de fazer planos sérios e viver menos nas nuvens e mais no chão, de conversar com pessoas que não falo há anos e pans.
Pois é, a vontade é muita, mas a coragem é pouca. O dia nem terminou e eu queria dormir e acordar daqui há uns 10 anos. Tipo aquele filme click, saca? Ta, tudo bem que o cara só se ferrou e tal, mas eu queria ir para uns 10 anos à frente só pra espiar o que vai acontecer. Se já vou estar formada, casada, com um emprego estável e com o Arthur [meu filho] já com 1 ou 2 anos [e dizem que eu não faço planos, ora bolas...].
Bom, hoje foi um típico domingo besta. Ah, não tô mais a fim de falar do meu dia.


Ah, hoje é aniversário do Átila.
Lembra dele? hahahaahhaha

Enfim.

Até mais!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pois é.



Um amigo viu e lembrou de mim.
[Acho que vou ter isso como um elogio.]

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Pain

Queria ter criatividade o suficiente para escrever sobre dor. É, dor. Essa coisa que de vez em quando insite em nos assolar. Sejam dores somáticas, ou as psicológicas. As dores somáticas às vezes são melhores de lidar. Vc toma remédio, faz tratamento e, se não houver mais caminho, o corpo cede e sucumbe. Fato é, ninguém convive com dores corporais por muito tempo, e quem consegue acostuma-se, mas não por muito tempo.
Bom, na minha opinião, a pior dor é a pisicológica. Aquela que você cria. Porque essa, na maioria das vezes você se vê obrigado a conviver, tenta fugir, mas ela sempre está lá.

Como se livrar dela? Você procura caminhos alternativos, você se apega à coisas que te fazem esquecê-la, mas em algum momento se depara com a criatura lá, te olhando bem nos olhos, com aquele sorrisinho amarelo. Algumas dores são tão inventadas que elas parecem ter nossa aparência. Já se olhou no espelho e se viu esquelético, com marcas de cansaço, com uma aparência cadavérica? É a dor que te pinta assim. Você acha que não tem outra solução senão se esvair de si mesmo. Mas como fazer isso? como se livrar de algo que está entranhado em seu ser? Como jogar fora uma parte de si mesmo que por pior que seja, te ensina. É, te ensina. Ensina a valorizar as pequenas e boas coisas da vida. Te ensina a se conhecer melhor, a compreender seus limites e aceitá-los. A dor torna a vida mais real, você se vê como um simples ser humano, tentando vencer nessa vida doida e desenfreada.
"Então você quer me convercer que a dor é necessária?"
É tão óbvio. Qualquer um que esteja lendo isso há de concordar que essa constatação é até clichê demais para ser analisada.
E por que eu estou escrevendo sobre isso?
Vai saber. Escrever para mim é urgência. Você ler é opção.
Por acaso, sofrer também. Dores todos nós temos. É até legal de curtir às vezes.
Dores somáticas podem ser mais difíceis de lidar, mas as existenciais você escolhe sentir. Sim, é questão de escolha. Uma escolha mais fácil ou mais difícil para alguns, admito. Eu sofro muito, mas porque meu sofrimento é proporcional à minha capacidade de me iludir, e não duvide do tamanho dessa capacidade!

É tudo tão simples. É só pensar "vale a pena sofrer?"
Questione-se.