quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Forgotten

Pra ser bem sincera, nem lembro mais seu nome. Até seu rosto e feições hoje me são tão estranhos quanto eram nos segundos que antecederam nosso encontro. Hoje, revirando minhas gavetas mentais, me deparei com seu cheiro, que a essa altura já nem sei mais se era mesmo seu ou da areia em que nos sentamos a observar o mar. Te encontrar aqui dentro me causou um feliz vazio. Uma certeza de que nos conhecemos apenas para isso: para sentirmos uma ponta mágica do que são feitos os contos de fadas, mas com a sensação agridoce que tem os dramas em que o mocinho morre no final. Era pra ser aquele único nascer do Sol em seus braços. Era pra ser a cumplicidade instantânea que brotou entre nós. As risadas e as canções que cantamos um para o outro. Eram pra ser. O sentimento. O cheiro. O Sol. Hoje nem lembro mais o seu nome. Fomos um ponto de esperança no vazio iminente chamado esquecimento.

3 comentários:

  1. Lembranças, o que são
    Senão caminhos que passamos,
    Rastros, pegadas que então
    O vento leva e deixamos,
    Para trás ficam, em um lugar
    Na memória, ou de passagem
    Assim como a chuva que ha de passar
    Na neblina que fica, efêmera imagem

    De alguem, que passou...

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Agora já podem massacrar/elogiar/desdenhar.