quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Sobre uma felicidade qualquer.


Esses dias um amigo veio me perguntar se eu continuava escrevendo. Eu falei que não estava conseguindo, porque havia perdido minha inspiração. Eu não sei lidar com a felicidade e me sinto bastante feliz ultimamente, o que atrapalha minhas criações, já que eu fico horas e horas tentando entender e saborear como é estar feliz.
Andei pensando muito sobre essa palavra: Felicidade. O que é a felicidade? Existe uma fórmula para ser feliz?
Uma vez uma amiga me falou que existem áreas na nossa vida: Familiar, profissional, amorosa, a saúde e a da amizade. Segundo ela, se você tem pelo menos 3 dessas áreas caminhando bem, você pode se considerar uma pessoa caminhando para a felicidade. Quando você consegue perfeito equilíbrio entre todas, você deve se considerar uma pessoa feliz. Certo. Agora quem consegue chegar ao nível de ter as 5 equilibradas? Só à mim parece utópica essa idéia? É ruim quando se é acostumado à um estado funesto, até mesmo lúgubre, porque mesmo quando parece que se é feliz, parece que seu cérebro te obriga a criar alguma coisa que faça essa momentânea felicidade não ser plena. Algo dentro de você diz “não acostume-se, você não é assim”. Aí você começa a enfiar os pés pelas mãos. Às vezes não se tem nenhum motivo aparente para estar mal, mas algo te impulsiona à coisas tristes, sabe.
Pois bem, eu só to conseguindo escrever agora porque eu estou num momento triste. Posso dizer que não tenho nenhuma das áreas acima com a barrinha de download em 40% que seja. Já ouvi que eu não merecia ser feliz. “-Nossa, que dramático!” você deve pensar. Eu já acho é graça dessa frase. Quem nesse mundo merece realmente ser feliz? Pode até ser que a felicidade seja uma dádiva não-merecida que Deus dá pra conseguirmos suportar esse mundo tão cruel. Vai saber. Ou talvez seja um alvo que Ele criou para nunca ficarmos de braços cruzados, para sempre lutarmos por algo, para termos necessidade de procurar coisas boas e fazer coisas boas. Bom, eu não espero ser feliz. Sou complexa demais para isso e convivo com pessoas simples demais. Já entendeu o choque que é tentar ser feliz com eu queria ser, estando num mundo totalmente diferente do meu, não é? Mas eu tenho aprendido a me contentar com o que tenho e tentar fazer as pessoas à minha volta serem felizes. É bom ver a felicidade das pessoas. Não as invejo, só gosto de observar e estudá-las, sempre tentando achar a real felicidade, mas na verdade nunca a vejo completamente, só vestígios da mesma. Pois é, só me resta dizer que a felicidade é um idéia muito bonita, mas fantasiosa demais para mim.

Este não é um texto bom, na verdade é um desabafo.

"Sou meio triste e acho graça. Tem tanta gente triste que disfarça..."
(Tanto tanto - Vander Lee)

3 comentários:

  1. Não sei quanto aos outros mas sempre te achei mais feliz do que a média,mesmo nos momentos ruins e acho que é por isso que te gosto tanto
    somos complexos demais e distantes do "resto".

    PS:é sempre bom vir aqui vc é quase co-autora dos meus textos mesmo sem saber,rsrs

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  2. =) desabafos são bem melhores que textos.
    Felicidade plena eu acho que é caso patológico. Sou feliz tendo tristezas no meu bolso. Tipo, rico não é rico pq não tem conta, mas pq tem como lidar com elas. Acho que felicidade é por ai.. não é que não tenho tristezas, pois as tenho (e quem não tem?), mas é ter a capacidade de lidar com as tristezas - nem que seja dando um dane-se a elas!

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  3. "Eu não sei lidar com a felicidade e me sinto bastante feliz ultimamente, o que atrapalha minhas criações"

    Lisa, aliviado por saber que, ao menos, uma pessoa igual - parecido - similar - a mim. Não sei você mas, quanto a mim, não que goste de viver na fossa, deprimido, triste ou qq coisa, mas é que, simplesmente, não consigo ver graça em todas as coisas como as outras pessoas vêem. Assim, creio. Sendo assim, meu sorriso quando exposto, é de forma irônica e babaca, assumo. Por outro lado, não é toda a seriedade que linka com serismo ou humor lá em baixo, concorda? Podemos ser felizes sem expor os dentes. Mas quem vai entender? Aliás, pra quê entender? Enquanto seguirmos saltitantes e faceiros por aí, a vida vai valendo à pena.

    Legal ter me visitado, curti. Melhor ainda, é saber que, independente do sexo, tem pessoas que conseguem filtrar a escrita do real, não vestindo camisa alguma e sabendo que, apesar de um pseudo machismo, tudo ali é ficção. ( ou não...vá saber.rs ).

    Ah, e tomara que continue séria e nem tanto sob o poder da tal felicidade, caso contrário, ficaremos sem possíveis e bons textos. Uns porres de vz em quando, caem bem.

    Vou vir visitá-la mais vezes.

    De resto, que importa???
    Bjs,
    Daniel.

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Agora já podem massacrar/elogiar/desdenhar.