sexta-feira, 1 de maio de 2009

Relacionamentos [im]pessoais.




Hoje parei pra pensar... Faz mais de um ano que não namoro ninguém sério. Eu digo namoro mesmo, de ir em casa, jantar com família, ir em festinhas de primos chatos etc. (que fique bem claro, foi uma opção minha e eu to bem como estou). Não tenho muito saco pra dar satisfação aos meus pais, imagina a um cara que me conheceria há pouco tempo. Enfim, a questão é: Por que as pessoas cobram tanto isso? É tão estranho uma menina inteligente, bonita e atraente (cof, cof!) estar sozinha? Sou obrigada a manter um relacionamento de fachada só pra agradar minha família e amigos? Ta, tudo bem, não vou dizer que não tentei. Até tentei, mas não forcei tanto quanto deveria.


Já me relacionei com todo tipo de cara. Uma vez um cara me disse que não ficaria comigo porque eu era mais alta e ele não conseguiria aguentar o olhar das pessoas quando passássemos na rua. Bom, o cara já era quase doutor em literatura, cantor, ator, gato e tudo mais. Seria esperar demais que ele fosse homem também. Já namorei caras mais novos. Isso me levou ao fato de que não quero ter filhos. Não agüentaria adolescentes revoltados cheios de espinhas me irritando com seus problemas sexuais. Já namorei caras que tinham o ego tão inflado que nunca ficamos num lugar fechado, ou eu morreria sufocada. Certa vez conheci um cara que quase bate o carro porque “estava embasbacado com minha beleza”. Ok. Ele forçou um pouco. Ainda acho que ele era mó ruim de roda mesmo e não queria ficar mal. Desci do carro e peguei a primeira Kombi que passou. Ta, meio irônico isso, tendo em vista que os motoristas de kombis aqui na Ilha vivem “embasbacados” por mulheres na rua. Ainda acho isso a desculpa mais esfarrapada dos motoristas ruins.


Comecei a namorar cedo, levando em consideração que na minha época uma menina de 17 anos era considerada quase uma perdida por namorar, ainda mais com consentimento dos pais. E olha que nem sou tão velha assim! Mas foi desse jeito. Com 17 anos bati o pé que queria namorar o carinha mais gatinho da Igreja. Ele foi lá em casa, minha mãe adorou e bla bla bla. Ficamos 2 meses: Um namorando e um eu fiquei tentando descobrir a melhor forma de terminar. Acabei no “Bom, acho que acabou, né?” Ok, foi estúpido, mas eu ainda tinha 17 anos de idade e 12 de maturidade. Foi a melhor forma que encontrei (ou a mais rápida). E ainda fiquei rindo porque ele chorou. Às vezes me sinto péssima por isso. Na maioria das vezes não.


Já tive até romance de novela. Um cara, o que mais fui apaixonada na vida, mudou pra outro país. Foi aquela coisa, promessas, esperas, nhenhenhéns de todos os tipos. Esperei por ele, claro. Mas só por um tempo. Acredito demais em amor à distância, mas quando existe esperança. Quando se tem certeza que vale a pena. E faltou isso. Só isso.


O último cara que me relacionei (antes de um fricote de internet que eu ainda to me recuperando), a gente tinha um rolo desde os meus 16 anos. Entre idas e vindas (que não foram poucas!), a gente namorou “meia-boca” por vários momentos da minha vida. Aos 16, aquele namorinho bobo adolescente, aos meus 19, e agora há pouco aos meus 22. E nesses espaços de tempo sempre rolava um flashback só pra aliviar a tensão. Bom, é estranho quando você sabe que o cara ta caidinho por você. Ele começa a pensar em futuro, você começa a se ver no futuro. Abrindo mão de coisas, engordando, dividindo intimidades que eu já odeio dividir com meus irmãos, perdendo horas em DR’s, criando filhos, sustentando casa, cuidando de uma outra pessoa, que talvez nem seja a pessoa da sua vida. Quem sabe quem é A pessoa da vida? E eu sabia que ele não era O cara. Então achei melhor dar um basta, acima de tudo sou sincera com meus sentimentos. Confusa, mas sincera. Ele me odiou por um bom tempo alegando que o “enrolei esse tempo todo”. Bom, hoje ele ta feliz, namorando uma amiga minha que apresentei, a qual ele só começou a namorar pra me fazer raiva. Quem diria. Formam um casal muito legal ao meu ver.


Tenho muitas mágoas, magoei muita gente. Amei demais, sofri demais e continuo sofrendo e amando. É um círculo vicioso. Por mais que eu me ache um tanto auto-suficiente, por mais que eu ache que a gente só precisa da gente mesmo pra ser feliz, ainda fica aquela dúvida “será que eu vou conseguir ser sozinha e ser feliz assim mesmo?”. Vai saber. Talvez eu precise de bem mais que um ano. Talvez eu precise descansar o pobre do coraçãozinho que já ta com disritmia de tantos compassos mal tocados por músicos amadores.



[Sei, a foto nem tem tanto a ver, mas eu me imagino assim quando escrevo. Sou doente ok bjs]


See all!

14 comentários:

  1. "Eu digo namoro mesmo, de ir em casa, jantar com família, ir em festinhas de primos chatos etc"
    Eu faço isso sem namorar(cab)


    Ah, eu sonho em um dia dividir minha vida com alguém. Não que isso signifique muita coisa. Mas vindo de mim, acredite, significa muito sim!

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  2. Só pra constar, eu AMO seus textos!

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  3. Eu acreidto que é preciso ficar um tempo sozinha sim,colocar as coisas nos lugares e nos valorizar, sair sem pensar em encontrar fulano ou ciclano e se arrumar pra nós mesma, não para eles. Eu passei um bom tempo sem me envolver com alguém quanto terminei um desses namoros de ih em casa e conhecer familia. PErcebi o quanto fiquei mais exigente e é fato que ficamos mais exigente quando vamos amadurecendo neh? Mas fiquei sozinha também por opção, hoje já vejo que to precisando de um coração amigo pra se divertir... e de verdade eu acredito naquilo "é impossivel ser feliz sozinho!"


    :D uma lindeza seus textos, Lisa! ;*

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  4. Eu já sabia de tudo isso. Mas ler assim resumidinho e ir lembrando dela contando é muito foda, cara. Muito louco o jeito dela de contar sua vida, se expor, e tudo isso sem medo.

    Coragem que eu não tenho, nem conseguiria fazer com tanta lealdade.

    Lisa é gostosa de ler, ver, ouvir, abraçar e [dizem, fiii] provar.

    Não é qualquer um que tem os 5 sentidos privilegiados, por isso te amam e nem sabem dizer.

    Beijos, amei. Mesmo. Tipo, MESMO.

    rere

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  5. Daí, quando a gente se liberta dos medos...
    Podemos amar de verdade...

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  6. O único problema nisso tudo é quando agente vicia na solidão(falo como sabes por experiência propria)aí todo mundo que aparece acaba perturbando nossa paz.

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  7. Acho a coisa mais normal do mundo essa situação em que nos colocamos, nos cobrando um relacionamento, ou tentando tapar as carencias de momentos vazios em que estamos sozinhos, mais o mais legal eu acho é poder estar sozinho e feliz, lógico que pelo menos pra mim, eu sei que o que faz falta mesmo é o carinho de poder dividir as coisas com alguem, saca um abraço, quando só se quer um abraço, uma ouvinte quando só se quer desabafar, botar pra fora, mais pra isso tem os amigos, e hoje em dia tem até os blogs plha só que loucura...rs.
    Ta certo que em para nós homens monstros devoradores, que precisamos nos alimentar sexualmente, acaba semdo um pouco mais complicado, mais da pra se meter em quanquer buraco e matar essa parte da carencia, mais posso te dizer uma coisa, mesmo sem ter namorado na vida, mais ja saido de um casamento, os relacionamentos nunca são impessoais, então as vezes é melhor mesmo estarmos sozinhos!!!!

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  8. Tempo...

    ... dizem que é o melhor remédio, né?

    Mas e quando somos hiperativos??? rs



    Certo dia falamos sobre isso... jah q eu tb preciso de tempo, conselhos mútuos, o roto falando pro maltrapilho rs

    E neste texto você exemplificou tudo isso...

    Enfim... como sempre, adorei o que vc escreveu...

    Beijos Pra Lisa!!!

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  9. "Ok, foi estúpido, mas eu ainda tinha 17 anos de idade e 12 de maturidade. "

    Genial.

    Me idntifiquei bastante com o texto, vou passar a vir aqui mais vezes :)

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  10. Além de escrever bem e claramente é muito divertido se ver nessas situações me vi em algumas delas e me lembrei da minha époque

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  11. Adorei o post. Delicado e ácido em uma boa medida.
    Beijos, querida. Saudades de você.

    P.S.: Acho que você teria que ter me mencionado. Ok, bjs.

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  12. "Esta postagem foi removida pelo autor."

    tsc tsc ¬¬'

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Agora já podem massacrar/elogiar/desdenhar.