"Porque há o direito ao grito. Então eu grito." (Clarice Lispector)
Pois é. No meu caso não é um grito de desespero ou tristeza. É só um grito. Só. Nem tem um porquê, ou um motivo [ou talvez tenha sim]. Não entendo, mas me sinto leve ultimamente. Me sinto livre. De algumas coisas, sentimentos, algumas pessoas. Sim, pessoas. Mas não do modo ruim ou insensível, não tenho me livrado de gente, mas tenho aprendido a lidar com o que sinto por elas. Não que eu tenha dominado essa técnica, mas tô perto. Sim, é estranho você conviver com pessoas sem se 'jogar', sem poder demosntrar o que vc sente. Mas as vezes o que a gente sente é sufocante, e na maioria das vezes as pessoas não entendem. Ou entro no jogo, ou grito. Esse grito seria meu protesto a essa coisa superficial que as pessoas fazem questão de chamar de relacionamentos interpessoais. Aprendi que não se pode depositar sentimentos nas pessoas, ninguém é um baú que você guarda suas coisas preciosas, com medo de deixar por aí e alguém as roubar. Setimentos são para serem distribuídos, são pra você jogar ao vento a quem precisa, a quem é sensível para os ver, e os viver. Mas há os que acham que é muita responsabilidade encontrar um sentimento desses. Mas também há os que têm necessidade de distribuí-los. Eu me encaixo nesse último grupo. Sim, eu assumo. Mas o fato de eu querer dar sentimentos não quer dizer que você tenha responsabilidade com eles - ou comigo -. Hoje eu distribuo, amanhã recolho. É assim, sempre foi assim. Metamorfose ambulante? Prefiro ser.
Às vezes tento ser menos subjetiva, mas descobri que ser direta nem sempre acaba bem pra mim. Não que eu queira entrar no joguinho dos outros, mas não gosto que entendam uma coisa que não é. Ah! Mesmo que eu não consiga ser clara, se virem, me entendam!